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VIDA URBANA

"Não conte nada para sua mãe, isso é segredo nosso"

O padrasto, um homem de 34 anos, representava para a garota a figura de um herói, que ajudava a mãe nos afazeres domésticos.

Publicado em 02/08/2015 às 14:01

Parecia um dia como outro qualquer. Rita (nome fictício), 11 anos, assistia televisão deitada no sofá quando o padrasto se aproximou. Desde que a mãe da garota, Sandra (nome fictício), iniciou o novo relacionamento, Rita passou a chamar o padrasto de pai. Gostou dele desde o início. A relação entre a menina e o novo ‘pai’ parecia tranquila, o que deixava Sandra aliviada. Trabalhando como empregada doméstica, a mulher passava um tempo considerável fora de casa e deixava os filhos – Rita e o menino, de 5 anos – com o companheiro.

O padrasto, um homem de 34 anos, representava para a garota a figura de um herói, que ajudava a mãe nos afazeres domésticos enquanto não arranjava emprego como eletricista. Rita, ainda deitada no sofá, ficou sem entender quando o padrasto passou a mão na coxa direita dela. Em seguida, segurou o seu pescoço e sussurrou palavras que só mais tarde ela viria a entender do que se tratava. Começava ali um pesadelo.

Rita foi coagida a ir para o quarto, em silêncio. Ali, ao lado das bonecas com as quais Rita havia brincado de casinha horas antes, aconteceu o abuso. A menina não teve coragem de gritar, mas não parou de chorar um minuto sequer. Naquele instante, sua inocência fora roubada. Antes de sair do quarto, o padrasto segurou seu rosto e disse, em tom de ameaça: “Não conte nada para a sua mãe, isso é segredo nosso”.

Os meses se passaram e Rita continuou sofrendo os abusos, quase todos os dias, na própria cama. Antes extrovertida, a menina agora vivia calada. Tinha um semblante triste. Um dia, quando tomava banho para ir à escola, ouviu a porta se abrir. Rita silenciou e se encolheu no canto da parede. O coração acelerou. Em segundos, sentiu as mãos do padrasto em seus ombros. Sem chance de defesa, foi mais uma vez abusada.

A garota ficou em silêncio por vários meses. Só teve coragem de contar o que tinha acontecido quando viu a mãe se separar do companheiro, por ciúmes. No início, Sandra duvidou da história contada pela menina, mas depois se convenceu de que tudo era verdade. Pensou em procurar a polícia, mas o medo a fez desistir. Rita, hoje com 16 anos, tenta se libertar das lembranças amargas deixadas pelo abuso sexual. Lembranças que parecem não se apagar.

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Jornal da Paraíba

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