VIDA URBANA
Divergência prejudica serviço de hemodiálise
Disputa judicial entre FAP e FCM impede ampliação do serviço de hemodiálise; usuários são prejudicados pelas limitações do serviço.
Publicado em 31/08/2012 às 6:00
Uma discordância no convênio entre as direções do Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP) e da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) tem contribuído para que o serviço de hemodiálise no hospital não seja ampliado, como previa o acordo inicial. Com reforma estrutural na unidade hospitalar parada há um ano por determinação da Justiça, as duas partes se posicionam contrárias sobre as responsabilidades dos antigos parceiros e com isso os usuários do serviço sofrem com o número reduzido de máquinas para o tratamento e pouco espaço físico para se acomodarem.
De acordo com Jairo Oliveira, presidente da FAP, o convênio firmado em 2008 pela antiga diretoria foi questionado inicialmente em abril do ano passado, pelos altos gastos que o hospital vinha tendo para manter os alunos da universidade desenvolvendo suas atividades. Segundo ele, a casa de Saúde nunca recebeu nenhum incentivo ou doação em dinheiro para que os estudantes continuassem tendo as aulas lá e com isso o hospital acabava pagando toda a conta sozinho.
“Nós somos um hospital filantrópico, não visamos o lucro, por isso fizemos um levantamento para saber porque estava se gastando tanto com os alunos da FCM. Vimos que esse gasto era de R$ 38 mil por mês, o que deveria ser de responsabilidade da faculdade, já que ela era a principal interessada no convênio. Tentamos argumentar, mas não tivemos sucesso e com esse impasse o juiz sentenciou o embargo da obra de ampliação do setor de hemodiálise, que seria ampliado com esses recursos. Ao final, todos sairíamos ganhando”, argumentou o presidente.
Já o diretor da Faculdade, Dalton Gadelha, afirmou que no convênio não ficou estabelecida nenhuma doação em dinheiro para o hospital e sim em doação de material, pagamento de 48 preceptores e equipamentos que passariam a pertencer à casa de Saúde. Ele ainda acrescentou que a proposta inicial era tornar o local em hospital de ensino, o que não foi possível apenas por uma decisão unilateral da presidência da Fundação Assistencial da Paraíba.
“Só estava faltando a visita do Ministério da Educação para que fosse criado o hospital de ensino. Nós criamos a residência para deixar um patrimônio para a sociedade, estabelecendo condições para o serviço de Saúde. Não reza em nenhum papel que temos que pagar algo para a FAP. Nós calçamos o acesso, pagamos os profissionais médicos e os equipamentos comprados por nós eles iam se tornar de propriedade do hospital”, explicou o diretor afirmando que foi até a Justiça para garantir o convênio de tornar o hospital em uma unidade de ensino, sem prever nenhum tipo de contrapartida em dinheiro pelo acordo.
Em meio a esse imbróglio, o setor de tratamento dos pacientes continua contando com 13 máquinas que atendem a 75 pacientes. Já que se a obra de ampliação da nova hemodiálise tivesse continuado, o local iria receber 30 aparelhos ao total e poderia ampliar o número de pessoas que precisam do serviço.
“Se houve sensibilidade por parte da direção da faculdade, nós poderíamos entregar a obra em outubro próximo. Mas o hospital não pode arcar com todas as despesas”, disse Jairo. Já Gadelha asseverou que não é responsabilidade da FCM arcar com as despesas da hemodiálise, e sim corroborar para uma melhoria na assistência médica.
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