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VIDA URBANA

Número de cadastrados no SUS em JP é maior do que a população da cidade

Segundo secretária adjunta de Saúde, a irregularidade no cadastro do SUS prejudica atendimento médico em João Pessoa.

Publicado em 27/02/2018 às 19:40


                                        
                                            Número de cadastrados no SUS em JP é maior do que a população da cidade
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					Número de cadastrados no SUS em JP é maior do que a população da cidade
Para emitir um cartão do SUS basta apresentar RG, CPF e Comprovante de Residência.Foto: Ivomar Gomes/Secom-JP. ivomar gomes pereira

Mais de 1 milhões de pessoas estão registradas para atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em João Pessoa. A secretária adjunta de Saúde, Ana Giovanna Medeiros, apresentou, nesta terça-feira (27), na Câmara Municipal de João Pessoa, que o número, que equivale a quase uma vez e meia a população estimada da cidade, prejudica o atendimento médico na cidade e causa um desequilíbrio nas finanças do município.

De acordo com o Ministério da Saúde existem atualmente, em João Pessoa 1.098.100 cartões do SUS ativos. Para Ana Medeiros este número proveniente de pessoas que residem em cidades próximas, mas que possuem familiares que moram na capital e vem em busca de um melhor atendimento médico. "Devido a precariedade no atendimento médico em alguns municípios, as pessoas acabam vindo a João Pessoa em busca de assistência nessa área, o que acaba abarrotando o serviço na cidade", explicou.

No entanto, o Ministério da Saúde alerta que o número elevado de pessoas cadastradas com cartões do SUS se dá pela fato de que ao fazer o Cadastro de Pessoa Física (CPF) automaticamente é gerado um cartão para esta pessoa. Como o CPF não é obrigatoriamente emitido ao nascer, caso a pessoa tenha tido algum atendimento médico antes da emissão do documento, um Cartão do SUS é gerado o que pode levar a duplicidade quando for feita a emissão do CPF. Outro caso que leva a duplicidade são os casos de pessoas que foram atendidas pelo serviço público de saúde em um estado diferente do seu de residência, na época em que o sistema ainda não era integrado em todo o país.

A quantidade de cartões ativos no SUS não é um problema exclusivo de João Pessoa, mas de toda a Paraíba. De acordo com os dados do Ministério da Saúde há atualmente 9.740.507 registros ativos. No entanto de acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) há na paraíba um pouco mais de 4 milhões de habitantes.

O número de pessoas atendidas pelo SUS em João Pessoa não causa um impacto exclusivamente no assistência médica prestada, mas também financeira. "No último quadrimestres de 2017, a prefeitura precisou aplicar 25,2% de seu orçamento na área da saúde, o que é um investimento bastante elevado", afirmou a secretaria adjunta de Saúde.

Cadastro no SUS

Para realizar o cadastro, basta apresentar o Registro Geral (RG), Cadastro de Pessoa Física (CPF) e um comprovante de residência. Caso o usuário não possua um comprovante de endereço em seu nome, pode procurar a Unidade de Saúde da Família (USF) onde é cadastrado para que seja emitida uma declaração de residência.

A simplicidade no processo de emissão do cartão dificulta a fiscalização."A gente não tem pessoal o suficiente para ir em casa em casa para fiscalizar se as pessoas realmente residem em João Pessoa. Talvez no futuro, com o desenvolvimento de novas tecnologias e integração de sistemas seja possível fazer uma melhor fiscalização", disse Ana Medeiros.

Números da Saúde

O número de pessoas atendidas pelo SUS em João Pessoa não causa um impacto exclusivamente no assistência médica prestada, mas também financeira. "No último quadrimestres de 2017, a prefeitura precisou aplicar 25,2% de seu orçamento na área da saúde, o que é um investimento bastante elevado", afirmou a secretaria adjunta de Saúde.

Os recursos, segundo Ana Medeiros, foram aplicados da seguinte forma: R$ 49,7 milhões em Atenção Básica; R$ 118,5 milhões em Atenção Ambulatorial e Hospitalar; R$ 6,2 milhões em Suporte Profilático e Terapêutico; R$ 256 mil em Vigilância Sanitária; R$ 613,9 mil em Vigilância Epidemiológica; R$ 5,8 mil em Alimentação e Nutrição; R$ 3,4 milhões em Controle Ambiental; além de R$ 62,9 milhões em outras subfunções.

O aumento nos gastos com a saúde não são apenas reflexo do excessivo número de pessoas cadastras no SUS em João Pessoa, mas também do momento de crise econômica no país. "Percebemos que algumas famílias, devido a questões financeiras, deixaram de pagar planos de saúde e passaram a usar mais os serviços públicos. Houve um aumento na procura por insulina, por tiras de teste de glicemia, entre outros serviços", concluiu Ana Medeiros.

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Tiago Bernardino

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