ECONOMIA
Mercado já prevê crescimento econômico menor que 3% em 2009
Projeção dos analistas para o dólar no fim do ano sobe para R$ 2,20. Previsão para a inflação do ano que vem avança para 5,25%.
Publicado em 01/12/2008 às 9:07
Do G1
O mercado financeiro revisou de novo, para baixo, a sua estimativa para o crescimento da economia brasileira e passou a prever, pela primeira vez, um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 3% para o ano de 2009.
Segundo informou o Banco Central nesta segunda-feira (1º), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus, a previsão dos analistas do mercado financeiro para o crescimento econômico do ano que vem recuou de 3% para 2,8% na semana passada.
Durante a maior parte deste ano, a projeção do mercado para o crescimento de 2009 ficou em 3,50%. Entretanto, com a crise financeira internacional, que se agravou em meados de setembro com o anúncio de concordata do banco de investimentos Lehman Borthers, a previsão começou a ter queda.
No caso do governo, a sua projeção oficial para o crescimento do ano que vem já esteve em 5% na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Entretanto, já foi revisada pela segunda vez e, neste momento, está em 4%. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que antes dizia que a economia cresceria até 4,5% em 2009, já mudou o discurso e agora fala em até 4% de elevação.
Inflação
Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, a estimativa dos economistas ouvidos pelo BC caiu de 6,39% para 6,35%. Para 2009, porém, a previsão para o IPCA subiu de 5,20% para 5,25%. No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o BC tem de atingir uma meta pré-definida. Para este ano e para 2009, a meta central de inflação é de 4,5%.
Porém, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo em relação à meta central. Deste modo, a inflação pode oscilar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC já informou anteriormente que busca trazer a inflação para a meta central já em 2009. Para cumprir as metas, o principal instrumento da autoridade monetária é a taxa de juros.
Juros
Segundo o Banco Central, o mercado financeiro manteve a estimativa de que os juros não vão subir mais neste ano. Atualmente, a taxa Selic está em 13,75% ao ano e há, ainda, uma última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC marcada para dezembro. Os analistas subiram, porém, a projeção para a taxa Selic no fim do ano que vem de 13,31% para 13,50%. Ou seja, ainda acreditam em uma queda dos juros em 2009, mas em menor proporção.
Taxa de câmbio
Na última semana, dado que foi divulgado nesta segunda-feira (1º), a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim deste ano subiu de R$ 2,10 para R$ 2,20 por dólar. Para o fim de 2009, a estimativa dos analistas também subiu, mas passou de R$ 2,10 para R$ 2,15 por dólar. Desde a piora da crise financeira internacional, tem sido registrada uma saída maior de recursos da economia brasileira, o que tem pressionado o dólar para cima.
Investimentos diretos e balança comercial
No caso da balança comercial brasileira, a projeção do mercado financeiro para o saldo (exportações menos importações) de 2008 ficou estável em US$ 23,6 bilhões na última semana. No início deste ano, os analistas ouvidos pelo Banco Central projetavam superávit de US$ 31,9 bilhões para a balança comercial em 2008. Para o ano de 2009, a estimativa do mercado para o saldo comercial caiu de US$ 13,7 bilhões para US$ 13,6 bilhões na semana passada.
Para os investimentos estrangeiros diretos, a estimativa do mercado, para 2008, foi mantida em US$ 35 bilhões. Para 2009, a projeção, que já havia recuado de US$ 30 bilhões para US$ 26 bilhões na semana há cerca de um mês atrás, ficou estável em US$ 25 bilhões na semana passada.
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