CULTURA
Baiano Armadinho faz edição especial do 'Sabadinho Bom'
A partir do meio-dia, Armandinho se apresenta na Praça Rio Branco, no Centro de João Pessoa.
Publicado em 24/12/2011 às 7:00
A história dos 'pais' de Armandinho, Dodô e Osmar, quase todo mundo conhece: em 1950, a bordo de um Ford 1929 com a bateria ligada a um 'pau elétrico' (como se chamava a guitarra baiana, na época), a dupla montou o primeiro trio elétrico e revolucionou o Carnaval baiano.
O que pouca gente sabe é que, em 1969, o primeiro trio elétrico mirim saía às ruas com um garoto de dez anos na boleia: era Armandinho, que hoje se apresenta em João Pessoa no Sabadinho Bom, na praça Rio Branco, a partir das 12h.
"Minha trajetória musical é pouco reconhecida no Brasil", lamenta Armandinho, não só o maior intérprete do instrumento concebido por Dodô e Osmar como também o inventor do bandolim de dez cordas, presença garantida nas rodas de choro atuais.
"O bandolim de dez cordas tem representantes ilustres como Hamilton de Holanda, que começou a usá-lo por conselho meu", conta o dono de um estilo que já foi elogiado por virtuoses como Stanley Jordan e Stanley Clarke, com quem se apresentou ainda este mês na Bahia, no Festival Phoenix Jazz.
"Os artistas de fora se impressionam com meus instrumentos e, por iniciativa própria, me chamam para os shows. Isso é positivo para a internacionalização de nossa música", enfatiza Armandinho, que já bebeu e muito da fonte do rock.
"Eu cresci nos anos 1960 ouvindo Beatles, Rolling Stones, Jimi Hendrix... Por causa deles fui aperfeiçoando e atualizando a guitarra baiana, e comecei a tocar frevo tocando rock, ou tocar rock tocando frevo", brica o músico.
Quanto ao choro, o que Armandinho propõe é uma renovação: "Quero esta mistura de guitarra e bandolim, este som que vai de Jacob do Bandolim a Jimi Hendrix, um choro modernizado, que bebe do frevo, que inclui clássicos de Santana e que já venho fazendo há mais de 30 anos".
Na companhia de Morais Moreira, Armandinho fundou A Cor do Som, banda que fez a retaguarda do ex-Novos Baianos por mais de uma década, de 1997 a 1986. Nos anos de 1996 e 2005, a formação original do grupo retornou aos palcos para a gravação de um CD ao vivo e um CD e DVD acústicos. Antes da retomada, porém, Armandinho já tinha se aventurado em carreira solo e junto com a banda batizada de 'Dodô e Osmar'.
Segundo Armandinho, o repertório apresentado em João Pessoa incluirá seus improvisos e as composições de Afrobossanova (2008), resultado de uma parceria com Paulo Moura.
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