ECONOMIA
Reajuste de aluguel chega até 20% na zona sul da capital
Em JP os reajustes variam de 11% a 20% acima do índice IGP-M ; alta pode ser justificada pela grande procura de imóveis.
Publicado em 30/11/2011 às 6:30
Apesar do Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) - que serve de base para renovações de contratos de aluguéis - , ter encerrado novembro com um acumulado de 5,51% nos últimos 12 meses, a perspectiva para quem vai renovar o contrato de aluguel na Paraíba não é nada positiva.
As previsões das entidades do mercado de imóveis são de que os contratos renovados apresentem aumento entre 11% e 20%, ou seja, bem acima do índice oficial (IGP-M), previsto nos contratos.
As taxas oficiais deste ano estão bem abaixo do índice do acumulado de 12 meses do ano passado (10,2%) e também da inflação oficial medida pelo IPCA (6,97%). Devido à forte demanda por imóveis de aluguel e à oferta ainda insuficiente para assegurar estabilidade nos preços, as taxas oficiais devem ser ignoradas pelo mercado no ato das renovações. Os novos contratos devem sofrer pressão maior que os antigos, segundo as entidades.
O presidente do Sindicato dos Condomínios do Estado da Paraíba (Secovi/Sicon-PB), Inaldo Dantas, explica que existem duas formas de reajuste dos aluguéis. Para os contratos vigentes e os de 36 meses de duração, que têm reajuste anual definido por contrato, normalmente é utilizado o IGP-M. Em relação aos novos contratos, incluindo a renovação de quem já é locatário, os valores devem ser negociados entre as partes.
“Aí, o índice vai pelo valor de mercado e, na prática, os locatários não estão seguindo o IGP-M. Quem vai alugar deve negociar. Se o preço estiver alto, deve procurar outro imóvel, já que o estoque disponível ainda é grande”, disse Inaldo Dantas. Segundo ele, os reajustes em alguns bairros da cidade, como os da Zona Sul, chegam a 20%.
O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado da Paraíba (Sindimóveis), Jarbas Araújo, ainda acredita que o IGP-M de dezembro deve ser fechado em 6%. “Os preços dos imóveis em João Pessoa, por exemplo, já estão alinhados por cima, ou seja, estão altos. Acredito que os reajustes neste mês de dezembro ainda não alcancem taxas tão altas do que a apurada pelo IGP-M”, revela o presidente.
Jarbas Araújo acrescenta que, apesar da manutenção dos preços em dezembro, o locatário vai enfrentar aumentos entre 10% e 11% em janeiro, o que representa quase o dobro do índice previsto para dezembro deste ano.
“Quando o mercado voltar a aquecer, aumentam também os preços. Janeiro é uma época em que as pessoas se mudam para a cidade para trabalhar ou estudar com a divulgação do processo seletivo do vestibular e a procura aumenta muito”, avalia.
Comentários