Três pessoas são presas na PB em operação contra fraude de R$ 1 bi no DF

Três pessoas foram presas em João Pessoa na manhã desta quinta-feira (15) por suspeita de participação em esquema de fraude no Sistema de Bilhetagem Automática no sistema de Transporte Urbano do Ditrito Federal (DFTrans). As prisões, que são temporárias, foram feitas pela Polícia Federal e fazem parte da Operação Trickster, deflagrada pela Polícia Civil de Brasília, em parceria com o Ministério Público do DF. Entre os presos na Paraíba estão dois advogados. A estimativa da investigação é de que as fraudes tenham gerado um rombo de R$ 1 bilhão.

Além dos três mandados de prisão temporária, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão. A Polícia Federal disse que não poderia passar mais detalhes sobre a ação, como, por exemplo, quem são os presos e qual o papel deles no esquema. No entanto, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil na Paraíba (OAB-PB), Paulo Maia, confirmou que foram presos os advogados Rodrigo Pinto e André Vidal. Ele disse que ação aconteceu em conformidade com a lei e foi acompanhada pela Comissão de Prerrogativas da entidade.

No total, são 45 mandados de prisão na Operação. Eles estão sendo cumpridos no Distrito Federal, em Valparaíso (GO), na Cidade Ocidental (GO), em João Pessoa e no Recife (PE). De acordo com a Polícia Civil do DF, entre os presos está o auditor fiscal Pedro Jorge Brasil, que já havia sido detido em outra ação, em 2017. Segundo as investigações, ele liderava o grupo criminoso. A mulher dele, Hedvane Ferreira, também foi detida.

O auditor é servidor da Secretaria de Mobilidade do DF, com salário líquido de R$ 13.228,46. Ele teria criado empresas fantasmas e se aproveitado da condição de fiscal de atividades urbanas para vincular nestas companhias funcionários falsos que passavam a receber vale-transporte.

O esquema era dividido em três fases. Primeiro os inseridores colocavam as empresas fantasmas e os funcionários falsos no sistema do DFTrans, dando início ao esquema; depois, os validadores validavam a compra de crédito de vale-transporte para os cartões gerados de forma fraudulenta; e por último, permissionários descarregavam os cartões nos ônibus, transformando os créditos do vale-transporte em dinheiro em espécie.

De acordo com o delegado da Polícia Civil do Distrito Federal Fernando César, os advogados Rodrigo Pinto e André Vidal integravam o núcleo de validadores no esquema criminoso. O terceiro preso na Paraíba foi identificado como Vinícius Volpen Quantio.

Segundo as investigações, Pedro Jorge contava com o apoio de um analista de sistemas, que inseria no sistema do DFTrans as empresas inexistentes, e com o de outros funcionários do DFTrans, que atualizava senhas de acesso ao sistema.

O grupo descarregava os créditos dos cartões de vale-transporte nos validadores de ônibus que faziam trajetos rurais de forma sequencial e em linhas distintas. A última "equipe", que transformava créditos fictícios em dinheiro em espécie, tinha pessoas físicas e jurídicas prestadoras do serviço de transporte público.