VIDA URBANA
Transposição: obras em açudes e suspensão do bombeamento são marcadas para 2 de abril
Órgãos garantem que medidas não vão prejudicar abastecimento de Campina Grande e mais 18 cidades.
Publicado em 16/03/2018 às 16:13
Apesar de os representantes da Agência Nacional das Águas (Ana), Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa) e Secretaria de Recursos Hídricos da Paraíba se posicionarem contra a retomada imediata das obras nos açudes Poções e Camalaú, no Cariri da Paraíba, propondo o reinício para junho ou julho, as intervenções vão ser iniciadas no dia 2 de abril do corrente mês. A redução da vazão de bombeamento das água do rio São Francisco, do Eixo Leste da transposição, ocorrerá a partir da próxima semana. O presidente da Aesa, João Fernandes, disse que no dia 2 de abril, a suspensão vai ser completa.
A data foi definida, durante reunião realizada nesta sexta-feira (16), na sede do Ministério Público Federal (MPF) em João Pessoa. Na ocasião, representantes do Dnocs e do Ministério da Integração apresentaram dados técnicos sobre a necessidade da retomada imediata das obras de recuperação dos mananciais. Após ouvir os dois órgãos, os representantes do MPF e MP estadual presentes no encontro equacionaram a discussão e entenderam que, em 15 dias, o Dnocs deve reiniciar as obras.
Reserva hídrica
De acordo com a procuradora Janaína Andrade, coordenadora do grupo de trabalho da transposição do rio São Francisco na Paraíba, “se os órgãos gestores da transposição pretendem garantir o fornecimento de água com segurança para as cidades, é indispensável a conclusão das obras nos açudes Poções e Camalaú, uma vez que, concluídas as tomadas de água complementar desses açudes, será possível verter para o rio Paraíba não somente as águas transpostas mas também as águas das chuvas, que podem ser armazenadas nessas duas barragens. Assim, o MPF não pode admitir que os municípios que integram o eixo leste da transposição dependam unicamente de um bombeamento artificial sem uma reserva hídrica”.
“É importante destacar que, se os órgãos envolvidos na transposição tivessem cumprido com suas obrigações legais e contratuais, os açudes Poções e Camalaú já estariam recuperados e teríamos água armazenada, não só transposta, mas água das chuvas para manter o abastecimento com a segurança necessária”, acrescentou Janaina.
“O MPF em Monteiro entende que toda água advinda das chuvas até então escoou pelos ‘rasgos’ dos dois açudes, se dirigindo para Boqueirão. Mantida essa situação, haverá mais prejuízos às populações de Monteiro, Sumé, Congo, São João do Cariri, entre outras”, concluiu a procuradora da República.
Boqueirão
Embora tenha defendido adiamento da suspensão do bombeamento, o presidente da Aesa reafirmou que a interrupção começar imediatamente Campina Grande e mais 18 municípios não correm o risco de entrar em colapso. Segundo ele, com 67,8 milhões de metros de cúbicos de água (16,38% ), o açude de Boqueirão é suficiente para abastecer as cidades por mais de seis meses.
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