VIDA URBANA
Transferência na UEPB
UEPB irá transferir alunos da residência universitária para apartamentos em Bodocongó; estudantes reclamam de abandono.
Publicado em 03/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 16/01/2024 às 15:20
A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) vai transferir os estudantes que moram na Residência Universitária, localizada no bairro da Prata, para apartamentos do Condomínio Dona Lindú, que fica ao lado do campus I, no bairro Bodocongó. A mudança deve acontecer a partir da próxima semana.
Os residentes reclamam da decisão e alegam abandono por parte da reitoria. Hoje, a partir das 8h, eles farão um ‘apitaço’ na frente da Reitoria e no próximo dia 10, comandarão um ato público no mesmo local, para protestar contra a mudança.
Para chamar atenção para o que eles classificam como abandono, os residentes estão distribuindo panfletos em pontos estratégicos, nos campi da UEPB, onde reúnem as reclamações do grupo, e também estão colhendo assinaturas de quem também discorde com a mudança de endereço.
Conforme a publicação, desde fevereiro a Reitoria está tentando fechar a residência e para forçar a saída dos estudantes, teria suspendido a alimentação e retirado o segurança.
“Sou de Caicó, no Rio Grande do Norte, e vim somente para estudar. Se não fosse a residência eu teria que voltar. Esta é a situação de todos que moram aqui. Vamos resistir enquanto pudermos”, relatou a estudante do 6° período de odontologia, Giderlânia Brito.
De acordo com a pró-reitora Estudantil, professora Núbia Martins, a universidade precisa entregar o imóvel porque a casa, que é alugada, não tem a documentação que a Controladoria Geral do Estado (CGE) – órgão que regulamenta os contratos feitos pela UEPB – exige.
“Como temos que devolver a casa, a nossa proposta é trazer os moradores, que hoje são 20, para o ‘Dona Lindú’. Em momento algum dissemos que iríamos acabar com a residência, mas a situação da universidade não é boa financeiramente e a gente precisa condensar os custos o máximo que for possível”, explicou.
Segundo Núbia, estão sendo alugados cinco apartamentos, para quatro estudantes cada um, equipados com cama, colchões, botijão e geladeira, com almoço e jantar garantidos pelo Restaurante Universitário (RU) e uma bolsa mensal de R$ 220 para o café da manhã e as refeições do fim de semana.
“Vamos disponibilizar geladeiras para quem não tem, mas várias pessoas lá da residência já possuem e vamos transferir de lá para o apartamento. Até sexta estamos fechando o contrato, o nosso objetivo é de que os residentes já possam se mudar na próxima semana”, enfatizou.
SEM PREVISÃO DE NOVO EDITAL
Conforme explicou a pró-reitora Núbia Martins, não há previsão de lançamento de edital para novos moradores. “Já sentamos e discutimos bastante essa questão, mas por conta da situação da universidade não temos como abrir edital para 30 ou 40 pessoas. É importante ressaltar que em 2013 nós investimos R$ 570 mil na residência, um custo alto para poucos estudantes.
Estamos pensando em construir blocos dentro do próprio campus I para abrigar os residentes, mas é uma ideia prematura”, afirmou.
Sobre as outras reclamações do grupo, a professora reconheceu que o segurança e a faxineira foram retirados da residência, mas esclareceu que a situação a temporária, em decorrência da transferência e do início das aulas.
“Nós tiramos o segurança armado porque achamos desnecessário um posto em uma residência com 20 alunos. No momento, eles não estão tendo café da manhã. Normalmente nas primeiras semanas acontecem imprevistos, porque toda compra é feita através de licitação. Entretanto, o almoço e o jantar estão sendo encaminhados do RU pra lá. Não temos faxineira, mas estamos com um funcionário de apoio que fica lá o dia todo”, acrescentou.
Ainda segundo a professora, o reitor está aberto a qualquer solicitação de diálogo por parte dos alunos. O reitor sempre está aberto ao diálogo e sempre que chegam na reitoria são atendidos, no momento é desnecessário chamar o reitor.
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