POLÍTICA
Eduardo Bolsonaro diz que Marielle não morreu por ser mulher e negra
Deputado atribui assassinato ao trabalho de vereadora e vê uso político da morte.
Publicado em 23/03/2018 às 8:22 | Atualizado em 23/03/2018 às 18:09
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse na quinta-feira (22), durante visita a Campina Grande, que a vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) não foi assassinada por ser mulher ou negra, mas pelo trabalho desenvolvido. Ele criticou o uso político da morte da socialista, considerado por ele como “sem pudor”.
A declaração foi feita durante entrevista, na Câmara Municipal, onde participou do ato de filiação de vários políticos ao PSL, entre eles, Moacir Rodrigues, irmão do prefeito Romero Rodrigues (PSDB), além de divulgar a pré-candidatura à Presidência da República do seu pai, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ). Ao ser indagado sobre os homicídios de mais de 100 policiais no Rio de Janeiro, em 2017, e o assassinato de Marielle, ele manifestou sua posição.
“Na verdade o que estão fazendo é pegando a morte da vereadora e usando de palanque político sem o maior pudor. Quando uma pessoa morre, o momento é de luto, mas estão a todo momento querendo falar o que? Que foi uma mulher, que foi uma negra? E na verdade ela não morreu por ser mulher, ela não morreu por ser negra por ser negra, ela morreu devido ao trabalho dela, e isso dai é reprovável”.
Em seguida, declarou: “Agora querer falar que (Marielle) é uma pessoa que tem uma história ilibada, configurada, consagrada nacionalmente , negativo. Tanto que a maioria das pessoas nem sequer sabia quem era a vereadora Marielle antes da sua morte”.
Mudança na política
Para Eduardo, a presença de lideranças e jovens para filiação ao PSL, na Câmara Municipal, é o indicativo de que a população quer mudança na política nacional. “Quando se fala em mudança, apenas Jair Bolsonaro mesmo é quem reflete essa opção. Os demais candidatos são muito parecidos”, frisou o parlamentar.
Ele acrescentou que, entre as propostas de campanha de Jair Bolsonaro, estão a revisão do estatuto do desarmamento, o fim da audiência de custódia na Justiça, investimentos na segurança pública, contra a identidade de gênero nas escolas, guerra à corrupção e por um Estado mínimo.
Participação
Participaram da solenidade de filiações o vice-presidente nacional e presidente estadual do PSL, Julian Lemos, deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), a deputado estadual Eliza Virgínia (PSDB), a ex-primeira-dama do Estado, Pâmela Bório, e vereadores de Campina Grande, João Pessoa e Patos. Moacir Rodrigues, que se filiou ao PSL, deverá ser candidato a deputado federal ou estadual.
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