58% dos brasileiros não gostam de fazer planejamento financeiro

Segunda uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgada na terça-feira (27), 58% dos brasileiros não gostam de dedicar tempo para cuidar das próprias finanças. Para o gestor financeiro Guilherme Baía, o simples fato de registrar os gastos ajuda a ter ideia do que a nossa memória pode não lembrar, como algumas contas esquecidas. “Planejamento financeiro serve como os faróis do carro, te guiando para onde você deve ir e que caminhos evitar”, explicou Baía.

Ainda segundo a pesquisa do SPC, 39% de brasileiros nunca ou somente às vezes calculam o quanto pagam de juros ao parcelar uma compra. O gestor financeiro explica que isto não é um problema grave, mas é preciso levar em consideração na hora de começar um planejamento. “Se eu entro no cheque especial, aquela despesa já é um retorno do meu salário. Se isso não toma conta de grande parte do meu orçamento, isso não é um problema. E quando toma conta, em geral a pessoa já tem ideia de quanto está pagando”, frisou.

Como começar um planejamento

Para quem não tem nenhuma prática e nunca realizou um planejamento financeiro, Guilherme Baía explicou que começar o planejamento é tão difícil quanto arrumar uma gaveta. “É melhor começar por onde cada pessoa acha mais fácil, anotando tudo, à medida que se lembrar e do que for acontecendo”, informou. Em geral, o primeiro mês não é suficiente para uma boa visualização da situação. “É comum que às pessoas comprometam de 15 a 20% do orçamento. Acima disso é um problema e abaixo disso o orçamento da pessoa já é bem organizado ou é bem simples”, disse.

No geral, as pessoas apresentam dificuldade em começar o planejamento por ter aversão a qualquer coisa que envolva números. A pesquisa mostra que 19% dos entrevistados não costumam prestar atenção em assuntos que envolvem números, percentual que aumenta para 24% entre os homens e 27% entre os mais jovens.

Resistindo à tentação

Quase metade da população enfrenta dificuldades na hora de resistir a uma compra. A pesquisa diz que 45% costumam ceder às tentações do consumo impulsivo. Baía dá alguns caminhos para quando você resistir a esta compra não planejada. “O primeiro caminho é ter o objetivo em mente, seja comprar uma casa, participar de uma festa, mesmo que não seja um objetivo nobre como aposentadoria”, afirmou.

“Outra estratégia é ter em mente quantas horas de trabalho você precisa para comprar aquilo”, completou dizendo que desta forma a pessoa pode ter uma noção se a compra compensa. Uma última sugestão de Guilherme Baía é que a pessoa busque um novo estilo de vida em que aproveite o prazer da experiência e não no consumo. “Ter amigos em casa normalmente é mais barato do que estar em um bar com eles”, finalizou.