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VIDA URBANA

Céu das Louceiras: Júri Popular condena ex-marido a 25 anos de prisão

Edmilson Souza ateou fogo no corpo de artesã, que morreu no hospital.

Publicado em 27/03/2018 às 19:09 | Atualizado em 28/03/2018 às 9:00


                                        
                                            Céu das Louceiras: Júri Popular condena ex-marido a 25 anos de prisão

Quatro anos e sete meses após o crime, Edmilson Souza da Costa foi condenado, nesta terça-feira (27), a 25 anos de prisão, por homicídio duplamente qualificado (por meio insidioso ou cruel), pelo Tribunal do Júri da Comarca de Patos, no Sertão da Paraíba. Edmilson sentou no banco dos reús, no Fórum Miguel Sátiro, acusado de matar a ex-mulher, Maria do Céu, presidente da Associação das Louceiras Negras da Serra do Talhado, município de Santa Luzia.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Céu das Louceiras foi morta por Edmilson dentro de casa, na frente dos filhos. A mulher deixou quatro filhos, sendo um maior de 22 anos e três menores de idade, com 10, 12 e 14 anos. Sua filha adolescente também sofreu queimaduras no intuito de salvar a mãe. A defesa de Edmilson não decidiu se vai pedir a anulação do júri e pedir um novo julgamento.

O caso

O crime aconteceu no dia 27 de setembro de 2013, na cidade de Santa Luzia. Na ocasião, Edmilson, que era ex-companheiro dela, ateou fogo no corpo da ex-mulher e também no próprio corpo. As chamas atingiram a filha de Céu e também a casa, que ficou destruída. Após mais de uma semana em coma induzido, com 70% do corpo comprometido pelas queimaduras de terceiro e quarto graus, Céu morreu, no dia 6 de outubro, no Hospital de Trauma de Campina Grande.

Céu das Louceiras, como era conhecida, era artesã em peças de barro, uma pessoa atuante na comunidade e estava à frente da Associação Comunitária das Louceiras Negras da Serra do Talhado, na qual teve forte atuação na luta pelo reconhecimento do território tradicional. Sendo uma liderança local, se tornou referência para as comunidades tradicionais quilombolas na Paraíba.

De acordo com os familiares dela, Edmilson não aceitava o fim do relacionamento, que era permeado por ciúmes e comportamentos agressivos e de posse, furtando seus pertences e fazendo-a passar por humilhações. Ele, inclusive, impedia a participação dela na vida familiar, social e comunitária.

Imagem

Josusmar Barbosa

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