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POLÍTICA

Polícia Federal prende José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer

Operação Skala foi deflagrada na manhã desta quinta em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Publicado em 29/03/2018 às 8:58 | Atualizado em 29/03/2018 às 10:38


                                        
                                            Polícia Federal prende José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer

Um operação, denominada Skala, realizada pela Polícia Federal na manhã nesta quinta-feira (29), resultou na prisão do advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer (PMDB), em São Paulo, e do empresário Antonio Celso Greco, dono da empresa Rodrimar, que opera no porto de Santos, em Monte Alegre do Sul (SP).  A operação foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga se Temer, por meio de decreto, beneficiou empresas do setor portuário em troca de suposto recebimento de propina.

Na mesma operação também foram presos o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi e o ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo João Batista Lima, outro amigo do presidente Michel Temer. Ex-deputado federal, em 1999 e 2000, Wagner Rossi foi diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, estatal administradora do porto de Santos. Em São Paulo, a PF esteve ainda na casa do ex-coronel da PM, João Batista Lima que também acabou preso.

Segundo o advogado que faz a defesa de Yunes, José Luis de Oliveira Lima, informou ao G1, trata-se de uma prisão temporária de cinco dias. "É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimado ou mesmo espontaneamente compareceu a todos os atos para colaborar. Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania", afirmou Oliveira Lima.

Em 30 de novembro do ano passado, Yunes prestou depoimento à Polícia Federal, no inquérito dos portos. Na ocasião, ele relatou uma operação de venda de imóvel para o presidente Michel Temer. No mesmo inquérito, o ministro Luís Roberto Barroso autorizou em março a quebra do sigilo bancário de Temer.

Yunes é apontado pelo operador financeiro Lúcio Funaro, delator da Operação Lava Jato, como um dos responsáveis por administrar propinas supostamente pagas ao presidente. De acordo com Funaro, para lavar o dinheiro e disfarçar a origem, Yunes investia valores ilícitos em sua incorporadora imobiliária.

Em dezembro de 2016, Yunes pediu demissão do cargo de assessor especial da Presidência da República para, segundo afirmou, preservar a dignidade. Na carta de demissão a Temer, ele afirmou que viu seu nome "jogado no lamaçal de uma abjeta delação". "Repilo com força de minha indignação essa ignominiosa versão", afirmou Yunes na carta.

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Angélica Nunes

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