POLÍTICA
Direção nacional do PRP tira Leto Viana temporariamente da presidência do partido na Paraíba
Afastamento foi confirmado pelo presidente nacional, Osvasco Resende. Gestor foi preso em operação da PF.
Publicado em 04/04/2018 às 12:35 | Atualizado em 04/04/2018 às 14:37
Preso durante a Operação Xeque-Mate, o prefeito de Cabedelo, Leto Viana, não é mais o presidente do Partido Republicano Progressista (PRP) na Paraíba. A Executiva da sigla decidiu afastá-lo de forma temporária para avaliar as acusações apresentadas contra ele. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (4) pelo presidente nacional do partido, Ovasco Resende.
Segundo a Polícia Federal e o Ministério Público da Paraíba (MPPB), Leto é o cabeça de uma organização criminosa que funcionava na prefeitura de Cabedelo e também na Câmara Municipal da cidade. O esquema contava com coação de vereadores, emprego de funcionários fantasmas e doações de terrenos públicos de forma irregular. As investigações apontam que foram desviados dos cofres públicos cerca de R$ 30 milhões. Existe também a suspeita de Leto teria comprado o mandato de prefeito em 2013.
“Esse é um momento de muita tristeza, causou um espanto muito grande. A Justiça vai esclarecer, tem que investigar”, afirmou Ovasco Resende. “Pelo PRP, nós decidimos afastar provisoriamente o Leto da direção estadual até que tudo seja esclarecido. Ele vai ter todo direito ao contraditório”, explicou o presidente do partido.
Ovasco disse que a Executiva Nacional vai encaminhar um representante à Paraíba para sentar com a os membros da estadual e decidir como ficará a sigla no estado. “O comando do partido pode ficar inclusive com algúem que atualmente não está no PRP, temos vários grupos interessados em compor conosco”, destacou.
Operação Xeque-Mate
Além de Leto, outros seis filiados ao PRP, todos vereadores, estão envolvidos na Operação Xeque-Mate. Sendo que três foram presos, entre eles o presidente da Câmara, Lúcio José do Nascimento Araújo, e a primeira-dama Jacqueline Monteiro Franca . Os outros três foram afastados do cargo.
Apesar disso, Ovasco disse que a princípio a punição aplicada ao prefeito que não vai ser estendida aos outros membros da sigla que são investigados. “Estamos afastando apenas a pessoa que liderava o partido, que fazia todas as filiações, que instalava as comissões provisórias. Esse prazo de afastamento vai depender também da Justiça, precisamos saber detalhadamente quais são as acusações”, pontuou.
Segundo a PF, os investigados vão responder por formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção e fraude licitatória . O prefeito também deve ser acionado por crime de responsabilidade.
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