Vereadora pede parecer prévio à Procuradoria

A vereadora Ivonete Ludgério (PSB) decidiu pedir um parecer prévio da Procuradoria Jurídica da Câmara Municipal sobre o conteúdo do pedido da CPI da Maranata antes de protocolar, hoje, o requerimento. Ela já conseguiu dez assinaturas de vereadores, solicitando a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os contratos da empresa Maranata com a prefeitura de Campina Grande na gestão do ex-prefeito Veneziano Vital (PMDB).

“Como a oposição está ameaçando questionar o pedido de CPI, decidi pedir um parecer prévio da Procuradoria Jurídica para analisar a parte legal e evitar questionamentos após o protocolo do requerimento”, justificou Ivonete, que deve apresentar o pedido hoje. Segundo ela, em oito anos a Maranata recebeu R$ 104 milhões da PMCG.

Além de Ivonete Ludgério, que lidera o bloco governista, já assinaram o requerimento os vereadores Bruno Cunha Lima (PSDB), Saulo Noronha (DEM), Joia Germano (PRP), Lula Cabral (PRB), Vaninho Aragão (DEM), Cícero Buchada (PMN), Miguel Rodrigues (PPS), Murilo Galdino (PSB) e Marinaldo Cardoso (PRB).

O vereador e presidente do Sintab, Napoleão Maracajá (PCdoB), adiantou que vai assinar o documento. “Recebi em meu gabinete pais e mães de família que não receberam seus vencimentos da empresa, e a Maranata tem que prestar esclarecimentos não só à Câmara, mas também à Justiça”, ressaltou.

Na semana passada, o juiz da 2ª Vara do Trabalho, Marcelo Rodrigo Carniato, determinou o bloqueio e penhora de todos os créditos da empresa junto à Secretaria de Saúde de Campina para pagar três meses de salários atrasados e indenizações trabalhistas. O magistrado concedeu liminar ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Prestadores de Serviço de Campina Grande (Sinteps).

LÍDER DO PMDB QUESTIONA CPI

O novo líder do PMDB na Câmara Municipal, Olímpio Oliveira, questionou a investigação à Maranata. Ele lembrou que nos últimos oito anos, no período em que Veneziano Vital do Rêgo administrou Campina Grande, os parlamentares, na época da oposição, não questionaram os contratos da empresa com a PMCG.

“Nunca vi os vereadores que eram da oposição virem ao plenário para questionar esses contratos. Pergunte se alguém leu os balancetes que eram enviados periodicamente a esta Casa? Agora que o Ministério do Trabalho está investigando é que a Câmara lembrou de investigar isso a fundo”, ressaltou Olímpio.

Para ele, é preciso esperar as investigações do Ministério do Trabalho em relação à Maranata. Olímpio ainda lembrou que a empresa foi investigada pela Justiça Eleitoral, após as eleições de 2008, mas a ação foi julgada improcedente.