VIDA URBANA
Apadrinhamento afetivo é 'uma forma de doar amor'
'Eu não escolhi meu afilhado, nós nos escolhemos'., lembra Juliana Gaião, madrinha de um menino de 8 anos.
Publicado em 01/05/2018 às 6:58 | Atualizado em 01/05/2018 às 13:00
"Eu não escolhi meu afilhado, nós nos escolhemos". Foi assim que começou, há dez meses, a história de Juliana Gaião como madrinha de Guilherme [nome fictício], de 8 anos. Através de projetos sociais de uma igreja que a jovem teve seu primeiro contato com a criança. "Tenho pra mim que o apadrinhamento é o coração do ministério, se torna impossível você desenvolver trabalhos com essas crianças e não querer apadrinhar uma delas", diz.
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Juliana perdeu seu noivo há dois anos, durante este período ela retornou para sua família, em João Pessoa, e começou a desenvolver trabalhos sociais. "Quando o vi pela primeira vez, Deus tocou meu coração de uma maneira diferente e eu sabia que era ele quem Deus tinha escolhido para mim", afirma. Com a decisão de apadrinhar Guilherme, Juliana passou por algumas etapas até conseguir o resultado final: o ter como afilhado. "Conversei com a coordenadora da casa em que ele está abrigado e, posteriormente, fui na Vara da Infância, onde foi providenciado toda a documentação necessária, passando pelas etapas de formulários e entrevistas", conclui.
Para quem deseja apadrinhar, existem três formas: o financeiro, a opção para quem se habilitar em custear escola, cursos profissionalizantes, atenção em saúde, atividades de lazer e esportes do afilhado. O social, que é quando o padrinho atende as atividades institucionais da criança ou do adolescente e o afetivo, que possui o objetivo de criar laços afetivos.
"Ser padrinho afetivo é fazer parte de uma corrente de amor. O apadrinhamento vai aliviando as dores, vai renovando a esperança e mostrando que eles, ainda que em uma instituição de acolhimento, são especiais, são amados e que podem sim acreditar que o amanhã pode ser diferente".
Com a ajuda da família, a jovem procura conviver com Guilherme o máximo possível. "Tudo é muito especial com ele, nossas conversas, nossos encontros, como ir à praia, assistir filmes juntos, fazer uma ou outra vontade culinária, fazer passeios diversos aos finais de semana, apenas nós dois ou com minha sobrinha, minha família", diz.
Guilherme quer ser bombeiro quando crescer. Juliana deseja que além da realização dos sonhos de seu afilhado, outras pessoas possam abrir os lares para as crianças que esperam por adoção. "Pode ter certeza, não há maior felicidade em dar do que em receber", afirma. "E nós recebemos em dobro", conclui.
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