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VIDA URBANA

Diagnósticos de HIV aumentam e PB vai receber profilaxia preventiva este semestre

Medicamento será distribuído primeiramente para populações consideradas prioritárias.

Publicado em 19/04/2018 às 8:30 | Atualizado em 19/04/2018 às 14:54


                                        
                                            Diagnósticos de HIV aumentam e PB vai receber profilaxia preventiva este semestre
Terceiro paciente que recebeu transplante de células-tronco foi curado do HIV

				
					Diagnósticos de HIV aumentam e PB vai receber profilaxia preventiva este semestre
Medicação deve ser usada em complemento ao uso de preservativo. Terceiro paciente que recebeu transplante de células-tronco foi curado do HIV

Embora muitas pessoas acreditem que o vírus da Aids está controlado, em 2017 foram diagnosticados 557 novos casos de HIV na Paraíba, um número 12% maior que o registrado em 2016. No mesmo ano, porém, o número de diagnósticos de pessoas com Aids caiu: ficou 24% menor que o do ano anterior, passando de 390 em 2016 para 296 em 2017.

Uma das estratégias para desacelerar a infecção está para chegar a Paraíba. No final do primeiro semestre deste ano, o estado passará a contar com a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), que será distribuído pelo Hospital Clementino Fraga, como forma de reduzir a possibilidade de infecção. Porém, nesse primeiro momento, ele estará disponível apenas para populações consideradas prioritárias e, ainda assim, deve ser vista apenas como um complemento ao uso dos preservativos.

De acordo com a gerente operação de IST/Aids e Hepatites da Paraíba, Ivoneide Lucena, o número de pessoas diagnosticadas com HIV tem aumentado por dois motivos: o primeiro e mais preocupante é que as populações jovens não estão mais fazendo uso dos preservativos em todas as relações sexuais; já em segundo lugar vem o fato de que, agora, os testes estão disponíveis na rede de atenção básica e, assim, é possível ter acesso com mais facilidade, fazendo com que se descubram novos casos, deixando-se de ter um número subnotificado - esse seria o motivo também para se ter mais casos de HIV e menos de Aids, pois sendo diagnosticado com antecedência, é possível fazer o tratamento.

Segundo ela, a profilaxia pré-exposição vem, portanto, como um complemento à luta contra a Aids, e não como um substituto ao uso dos preservativos. "Ela será distribuída para algumas populações específicas e, mesmo assim, essas pessoas não vão estar protegidas contra outras doenças, como a sífilis e a hepatite, por exemplo", explica.

Quem é o público alvo?

Os médicos prescrevem a PrEP para pessoas que tenham maior chance de entrar em contato com o HIV por não usar preservativos nas relações sexuais, principalmente anais. Os públicos prioritários para PrEP são as populações-chave, que concentram a maior número de casos de HIV no país: gays e outros homens que fazem sexo com homens (HSH); pessoas trans; trabalhadores(as) do sexo e parcerias sorodiferentes (quando uma pessoa está infectada pelo HIV e a outra não).

O simples pertencimento a um desses grupos não é suficiente para prescrição da PrEP. A PrEP poderá ser indicada para pessoas pertencentes aos grupos prioritários citados, que realizaram sexo anal ou vaginal sem preservativo nos últimos seis meses e/ou apresentaram episódios frequentes de IST ou uso repetido da PEP.

Confira 8 mitos sobre PrEP

1. Mito – Com a utilização de PrEP não é mais necessária a adoção de outros métodos de proteção contra o HIV.

Isso é um mito. A PrEP NÃO deve ser utilizada como único método de prevenção à infecção por HIV, e sim como complemento a outras medidas de proteção já usuais, como o uso de preservativos que, inclusive, protegem contra a transmissão de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como a sífilis e a hepatite B. De acordo com estudos clínicos e projetos de demonstração, a eficácia varia de 92% a 100% quando tomado corretamente. A administração recomendada é de um comprimido ao dia, regularmente.

2. Mito – Com a PrEP, as pessoas terão um comportamento mais promíscuo, já que acreditam que estão protegidas.

Isso é um mito. Nos estudos clínicos já realizados essa expectativa não se confirmou. Os resultados mostram que os usuários, em sua grande maioria, mantiveram os procedimentos usuais de sexo seguro e consideraram a PrEP como uma proteção adicional, mas que não elimina a importância de outros métodos de prevenção como o uso dos preservativos.

3. Mito – Se eu tomar a PrEP vou adquirir resistência aos medicamentos e, caso seja contaminado, os tratamentos com antirretrovirais terão menos efeito.

Isso é um mito. A utilização da PrEP não causa nenhum tipo de resistência ao vírus , desde que o usuário seja HIV negativo. Por isso, é fundamental que ao prescrever a PrEPo médico solicite os exames e se assegure desta condição, voltando a repetir os exames a cada três meses durante a utilização do medicamento com fins preventivos para rastrear uma possível contaminação. As diretrizes para o tratamento de um indivíduo soropositivo são completamente diferentes da PrEP e em geral exigem uma combinação de diferentes medicamentos. Esta prescrição é específica para prevenção.

4. Mito – Posso tomar os comprimidos apenas no dia em que for ter relação sexual e estarei protegido, desde que tome uma quantidade maior, dois ou quatro comprimidos de uma só vez.

Isso é um mito. Para que a PrEP tenha a eficácia comprovada, o medicamento deve ser administrado uma vez ao dia, sem interrupções, regularmente. O uso incorreto pode comprometer os níveis do medicamento do sangue no momento da exposição ao risco e, em consequência, diminuir a proteção oferecida.

5. Mito – A PrEP é indicada apenas para homossexuais e profissionais do sexo. O tratamento não é indicado para as mulheres.

Isso é um mito. A PrEP é indicada para adultos acima de 18 anos com alto risco de adquirir o HIV. Essa indicação se baseia em estudos clínicos com HSH (homens que fazem sexo com homens), casais heterossexuais soro-discordantes e indivíduos heterossexuais com alto risco de adquirir sexualmente o HIV. O PrEP deve ser prescrito apenas a indivíduos que sejam comprovadamente HIV negativos imediatamente antes do início do uso e periodicamente durante o uso. O médico deve avaliar a conveniência da prescrição conforme o grau de exposição do paciente.

6. Mito – A PrEP tem efeitos colaterais horríveis e tornam a administração diária muito difícil. Pode ser perigoso para os rins e para os ossos.

Isso é um mito. A PrEP tem uma posologia cômoda de apenas 1 cp ao dia.Como qualquer medicamento, também pode apresentar efeitos colaterais. Todo medicamento deve ser prescrito caso a caso a depender da condição de saúde do usuário bem como o seguimento frequente com seu médico para exames de reavaliação. Todo efeito colateral deve ser sempre reportado e discutido com o médico.

7. Mito – Se eu tomar a PrEP, passarei a ser HIV positivo em testes.

Isso é um mito. Essa informação não procede. A composição não contém o DNA do HIV. Apesar de ser utilizado como profilaxia, seu mecanismo de ação não tem nenhuma similaridade com uma vacina tradicional. Ele possibilita a contenção da infecção ao bloquear a atividade da enzima denominada Transcriptase Reversa, liberada pelo vírus e utilizada no seu processo de replicação dentro das células, especialmente as do sistema imunológico.

8. Mito – Se eu tomar a PrEP uma vez, terei que tomar pelo resto da vida.

Isso é um mito. Essa informação não procede. O usuário pode realizar a profilaxia quando desejar, interrompê-la, voltar a adotá-la sem qualquer impedimento, conforme sua conveniência. É importante apenas lembrar que a eficácia da prescrição como PrEP só é assegurada pela administração diária regular de um comprimido, o que garante a dosagem correta para a proteção oferecida.

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Rafaela Gambarra

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