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COTIDIANO

PC indicia psicólogo por mais uma morte no trânsito

Acusado do acidente que vitimou a defensora pública Fátima Lopes é novamente indiciado por atropelar e matar outra mulher.

Publicado em 02/12/2011 às 6:30


O psicólogo Eduardo Paredes do Amaral foi indiciado por mais uma morte no trânsito. Na manhã de ontem, o delegado da Polícia Civil Nélio Carneiro afirmou que havia no depoimento do acusado muitas contradições o que deixava claro que o veículo que atropelou e matou Maria José dos Santos, em junho de 2010, em Mangabeira, era conduzido pelo psicólogo. O crime aconteceu cinco meses, após Eduardo Paredes ter sido acusado de provocar o acidente de trânsito em que a defensora pública Fátima Lopes morreu. Nos dois casos, o psicólogo teria ingerido bebida alcoólica e dirigia em alta velocidade. No caso da defensora, ele responde por homicídio doloso (quando não tem intenção de matar).

Conforme o inquérito da morte de Maria José dos Santos, três testemunhas, além do marido da vítima que também foi atropelado, reconheceram Eduardo Paredes. Após dois meses de investigação, 20 pessoas interrogadas e a realização de uma reprodução simulada do crime, ficou comprovado o crime de trânsito praticado por Eduardo Paredes.

“Diante de tanta contradição em depoimentos, com a conclusão da perícia, intercepção telefônica e o reconhecimento feito por testemunhas, não resta dúvida alguma que ele conduzia o veículo que atropelou e matou Maria José dos Santos. São inúmeros indícios de que ele foi o autor e a versão apresentada por ele não se sustenta, foi toda desconstruída com o decorrer das investigações,” afirmou o delegado Nélio.

Três mulheres que estiveram com Eduardo Paredes no dia do acidente afirmaram que ele ingeriu bebida alcoólica das 22h até 1h da madrugada, 15 minutos após deixá-las em casa o acidente aconteceu. Na versão apresentada pelo acusado, ele teria participado de uma festa com o primo e só ingerido refrigerantes.

Após deixar a festa, o psicólogo afirmou que deixou o primo no bairro dos Bancários e ao retornar para sua residência o veículo teria apresentado um defeito mecânico. Para pedir ajuda ao primo ele utilizou um telefone público, e na volta percebeu que o carro havia sido roubado, porém essa versão foi totalmente descartada pelo delegado.

“Na versão dele, antes de sair do carro ele o teria trancado, mas no local do crime o carro foi abandonado com a chave original na ignição. O primo contou que o carro foi roubado quando Eduardo parou para comprar cigarros. Já Eduardo disse que o carro apresentou defeito e foi roubado. Além do resultado da perícia ter constatado que não houve defeito no motor do veículo,” contou Nélio Carneiro. Na interceptação telefônica no telefone público supostamente utilizado pelo acusado não foram constatadas ligações feitas por ele.

O inquérito será concluído dentro do prazo máximo de uma semana e apresentado ao Ministério Público, e posteriormente à Justiça. Em relação à prisão preventiva do indiciado, o delegado afirmou que poderá solicitar somente quando o inquérito for concluído.

DEFESA
O assessor da defesa do psicólogo, Walter Trigueiro, afirmou que irá aguardar a conclusão do inquérito e a confirmação do indiciamento do seu cliente para então decidir quais as ações que serão feitas. Ontem, o psicólogo esteve com o delegado.

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Jornal da Paraíba

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