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CULTURA

'Não é como antigamente, mas cresceu muito', conta vendedor há 35 anos

Gilvan Cross, de 57 anos, iniciou trabalhando no São João para amigos e tem hoje sua própria barraca e comércio na cidade.

Publicado em 29/04/2018 às 7:00 | Atualizado em 14/05/2018 às 10:36


                                        
                                            'Não é como antigamente, mas cresceu muito', conta vendedor há 35 anos

				
					'Não é como antigamente, mas cresceu muito', conta vendedor há 35 anos
Gilvan Cross e sua esposa Silvia preparando Drink’s  - Foto: Gilvan Cross/Arquivo Pessoal.

"Não é como antigamente, mas cresceu muito. Eu trabalho no São João desde o início dos anos 80 e naquela época as barracas eram de madeira com cobertura de palha de coqueiro. A festa não tinha horário para acabar e as famílias participavam com mais frequência do evento. Não tinha essa comida industrializada de hoje, a venda era de queijo, frango e as bebidas eram servidas apenas em garrafas",  recorda o vendedor de coquetéis e drinks Gilvan Cross, de 57 anos, que trabalha no São João de Campina Grande desde a criação da festa no ano de 1983.

>> Veja a programação do São João 2018 de Campina Grande

Essa é apenas uma das tantas memórias que o vendedor revela ao falar sobre o São João e suas mudanças ao longo dos últimos anos. Cross, como é mais conhecido pelos amigos na cidade, é um dos personagens que fazem parte do evento desde sua criação e continua trabalhando. “Meu trabalho como vendedor vem antes da criação do São João, porque eu organizava eventos de bicicross para reunir as pessoas e vender alguma coisa durante os finais de semana onde hoje acontece a festa; a maioria das pessoas me conhece dessa época. Minha história iniciou desse jeito e depois comecei a trabalhar para amigos auxiliando nas vendas do São João. A festa naquele tempo não era tão grande, mas virou tradição rapidamente e depois com a construção do Parque do Povo o mundo inteiro conheceu" comentou.

Barracas eram gratuitas


				
					'Não é como antigamente, mas cresceu muito', conta vendedor há 35 anos
Carrinho comprado por Gilvan - Foto: Gilvan Cross/Arquivo Pessoal.

Cross conta que no início da década de 80 não havia cobrança em dinheiro para instalação de barracas e que as pessoas eram chamadas em algumas situações para completar o espaço da festa. “Era uma época diferente de hoje”, lembra.

Após trabalhar por vários anos auxiliando os amigos, o vendedor lembra que comprou um carrinho e começou a investir no próprio negócio. “O carrinho eu comprei em meados da década de 80, não lembro o ano exatamente, mas comecei desse carrinho e depois consegui uma barraca própria. Criei minha família trabalhando com vendas em festas e o São João sempre foi o período de maior renda. É uma oportunidade financeira boa para garantir o sustento durante o restante do ano. Minha esposa sempre me ajudou e meus filhos eu costumo dizer que deram os seus primeiros passos no Parque do Povo. Eu vi o crescimento da festa acontecer e acompanho até hoje porque ela faz parte da minha vida", disse Cross.

Encontro com o Rei do Baião

O vendedor lembra que um dos momentos mais marcantes de todos os anos de São João foi o encontro com Luiz Gonzaga no Parque do Povo. “Ele estava visitando a pirâmide do Parque do Povo em uma de suas últimas passagens por Campina Grande e quando olhei percebi que era Luiz Gonzaga. Dava para perceber que seus passos já eram lentos, mas eu sempre fui fã do rei do baião e naquele momento corri para tentar algum contato e dar um abraço. A segurança naquele tempo era feita por policiais, não tinha guarda particular, e alguns tentaram evitar minha passagem na área, mas o rei do baião abriu os braços e falou comigo. Eu guardo esse momento até hoje na minha mente porque foi uma ocasião especial, não esqueço do abraço recebido e sua atenção", contou emocionado Cross.


				
					'Não é como antigamente, mas cresceu muito', conta vendedor há 35 anos
Gilvan Cross e sua esposa Silvia no comércio próprio no Centro de Campina Grande - Foto: Epitácio Germano.

Além do trabalho de vendas em festas, Cross administra desde o ano de 2015, ao lado de sua esposa, um ponto comercial no Centro da cidade. "Eu tenho meu negócio próprio hoje que fica no mesmo prédio onde moro com minha família, mas isso não quer dizer que o São João é passado, pelo contrário, a festa é uma prioridade porque foi através dela que tudo aconteceu. As mudanças chegam com o tempo, mas o segredo é acompanhar elas e melhorar também o atendimento ao público. Tudo é trabalho e dedicação", concluiu.

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A esposa do vendedor, Silva de 42 anos, explica que ajuda o marido desde quando conheceu ele. "O comércio sempre foi a atividade dele e eu acompanhei o trabalho também.  A gente não se conheceu no São João, mas todos os outros momentos possuem alguma relação com o evento, faz parte de nossa história e estamos juntos há 27 anos nessa atividade", ressaltou.

Estrutura

Para edição 2018 do São João, o Parque do Povo em Campina Grande vai contar com a instalação de 124 barracas; 15 restaurantes e 50 quiosques.  A Assessoria de Imprensa da Aliança Comunicação e Cultura, empresa organizadora do evento, informou que 70% da estrutura já está organizada na área da festa e que todos os procedimentos de montagem devem ser concluídos até o dia 15 de maio.

O presidente do Sindicato de Bares, Hotéis, Restaurantes e Similares de Campina Grande, Divaildo Júnior, revelou que o período junino gera para cidade a contratação formal de 1,9 mil vendedores entre garçons e atendentes. Indiretamente, Divaildo Júnior explica que o número de empregos gerados é superior ao registro oficial considerando as pessoas que trabalham por conta própria. "O número de empregos gerados indiretamente é bem maior do que o registrado formalmente se for considerado àqueles que atuam de forma autônoma. Não existe um dado oficial indicando esse número exato, mas o número ultrapassa com certeza o dobro da quantidade de pessoas registradas formalmente para o São João", ressaltou.

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Epitácio Germano

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