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ECONOMIA

Tony Blair diz que Brasil precisa fazer as reformas para crescer

Em seminário sobre competitividade, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, disse que o Brasil precisa de mudanças para manter crescimento.

Publicado em 29/08/2012 às 6:00


Tony Blair, ex-primeiro-ministro do Reino Unido que se encontrou com a presidente Dilma Rousseff e participou de um seminário sobre competitividade, disse ontem que o Brasil precisa realizar mudanças para continuar crescendo.

"Nos últimos 20 anos, o Brasil tem tido uma história de sucesso e um progresso extraordinário, mas com o desenvolvimento da economia há desafios que mudam as coisas", disse Blair. "Hoje, o foco é em competitividade, em educação, em como as pessoas fazem seus negócios".

Para ele, a pergunta agora deve ser: "Ao atingir um nível de sucesso econômico, como chegamos ao próximo? Cada país tem seu desafio".

O ex-primeiro britânico participou do "Congresso Internacional Brasil Competitivo", organizado pelo MBC (Movimento Brasil Competitivo) e patrocinado pelo governo federal e pela Petrobras, que ocorreu hoje em Brasília.

Ontem, o Blair assinou contratos de consultoria de gestão, pelo MBC, com os governos do Rio e de São Paulo. "O que fazemos é ajudar países a planejarem mudanças de longo prazo", disse o político.

MAIOR DESAFIO
Ele disse que o maior desafio atualmente não é identificar mudanças que precisam ser feitas, mas implementá-las. "Todos os países são bastante diferentes entre si, mas uma vez que você tenha participado do governo, os desafios não são necessariamente identificar as mudanças, mas realizá-las. Eu estava discutindo isso com a presidente mais cedo. Ela leu a minha autobiografia, e o desafio é passar a ideia da mente para a prática. Essa foi a questão mais difícil", disse o ex-premiê.

Blair disse que conversou com Dilma sobre a situação no Oriente Médio, mas que o foco foi a crise europeia.

"Concordamos em vários pontos, a conversa foi bastante positiva. Precisamos de políticas para crescimento e reformas estruturais para a Europa, mas como alcançar esses pontos se não temos crescimento?".

Para ele, o momento é delicado. "Vamos enfrentar grandes decisões para restaurar o sentimento de confiança nas políticas europeias."

DAMA DE FERRO
Questionado sobre eventuais semelhanças entre Dilma Rousseff e a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher, conhecida como "dama de ferro", Blair evitou comparações. "Vou deixar comparações para os comentaristas, mas tenho muito respeito pela presidente do Brasil."

"Todos os países enfrentam um grande desafio de mudança -uma das razões pela qual ela estabeleceu esse fórum de competitividade no Brasil", disse. "As pessoas não gostam de mudar, mas é preciso mudar -mesmo depois das reformas realizadas. Esse é o cerne da liderança".

Para o ex-premiê britânico, as coisas mais importantes para a economia da América Latina são infraestrutura de qualidade, educação, capital intelectual forte e um ambiente de negócios previsível. "É fácil ver o que precisa ser feito", disse Blair. "O desafio é realizar."

Blair, atualmente, lidera uma organização não governamental (ONG) criada para tratar de temas polêmicos da política internacional. Segundo ele, sua equipe ainda presta consultorias para governos que sinalizam com a necessidade de mudanças estratégicas.

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Jornal da Paraíba

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