VIDA URBANA
Paralisação de caminhoneiros chega ao 4º dia afetando trânsito e postos de combustíveis na PB
Paraíba tem pelo menos 12 trechos de interdição, diz PRF; veja a repercussão da paralisação.
Publicado em 24/05/2018 às 7:47 | Atualizado em 24/05/2018 às 19:33
O protesto de caminhoneiros nas rodovias contra o aumento no valor do litro diesel entra no quarto dia de paralisação nesta quinta-feira (24). Pelo menos dez pontos das rodovias federais na Paraíba estão com interdição para o trânsito de caminhões, semelhante ao que vem acontecendo desde segunda-feira (21). Além do tráfego, a paralisação tem afetado o abastecimento de postos de combustíveis.
Um mapa nacional com dados sobre os trechos interditados está sendo atualizado minuto a minuto pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Na região de João Pessoa, onde o protesto chegou na quarta-feira (23), são dois pontos de bloqueio nesta quinta: um na BR-101, no Km 089 próximo ao viaduto de Oitizeiro, e outro no km 35 da BR-230, em Bayeux. Ainda na BR-230 há bloqueio também em Riachão de Bacamarte no Km 123.
>>> Veja como está o trânsito em João Pessoa
Em Campina Grande, as interdições acontecem desde a segunda-feira. Nesta quinta, o trânsito está bloqueado na BR-230, no Km 153, na saída da cidade no sentido João Pessoa; e no Km 165 no trecho do distrito de São José da Mata e no Km 143 e Km 146. Os outros pontos de manifestação são no Km 213 da BR-230, em Soledade; e no Km 18 da BR-412, nas proximidades da cidade de Boa Vista, e no Km 145, em Monteiro.
Na área urbana de João Pessoa, os pontos de interdição às 19h30 são na avenida Hilton Souto Maior, próximo à igreja católica no José Américo; e no Acesso Oeste. A ladeira do Valentina foi liberada parcialmente; o trânsito está sendo desviado pela ciclofaixa devido à quantidade de entulho na via. A informação é da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob).
Ainda de acordo com a PRF, há pontos de protesto na região do Sertão no km 330 na entrada da cidade de Patos, e no km 475, próximo ao município de Marizópolis.
Outros serviços estão comprometidos
A falta de combustíveis começa a afetar outros serviços. O transporte público de João Pessoa e Campina Grande está circulando com frota reduzida e monitora a normalização ou não da distribuição de combustível para decidir mudanças no esquema. Os aeroportos também mantém esquema de monitoramento e "atuando para minimizar os problemas decorrentes da paralisação".
Por conta da dificuldade de locomoção da população, a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) decretou ponto facultativo até sexta-feira (25) e adiou, por tempo indeterminado, a data da prova para a seleção de agente de portaria que estava marcada para o próximo domingo (27). Pelo mesmo motivo, outro serviço que foi afetado pela paralisação foi o Poder Judiciário.
E a Empresa Paraibana de Abastecimento de Serviços Agrícolas (Empasa) revelou na manhã desta quinta-feira que começa a sentir o efeito da falta de abastecimento de mercadoria, e, se a paralisação continuar, vai faltar produtos nas três unidades da Empasa, localizadas em João Pessoa, Campina Grande e Patos.
Caminhoneiros não podem bloquear postos em Cabedelo
Uma reunião realizada na manhã desta quinta-feira liberou a saída do Porto de Cabedelo de 30% dos caminhões que transportam combustíveis para atender a serviços essenciais.
Na quarta-feira (23), o Tribunal de Justiça da Paraíba tinha concedeu liminar requerida pela Petrobras determinando que a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (ABCAM) e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) não impedissem a atuação dos caminhões-tanque próprios ou contratados pela empresa no terminal de distribuição em Cabedelo, na Grande João Pessoa.
A liminar, concedida pelo juiz da 2ª Vara Mista de Cabedelo, Antônio Silveira Neto, também determinou que os representantes das duas entidades não ocupem, nem dificultem a passagem em quaisquer trechos de rodovias ou estradas próximos ao terminal de distribuição.
>>> Preço da gasolina aumenta em 89 postos de João Pessoa
Confusão e filas em posto de combustíveis
Devido à falta de combustíveis em decorrência da paralisação dos caminhoneiros, motoristas fazem filas para tentar abastecer os veículos desde a quarta-feira em várias cidades da Paraíba. Nesta quinta-feira, em Campina Grande, a Polícia Militar foi acionada para intervir após o registro de tumulto em um posto de combustíveis no bairro Conceição. O posto teve que ser fechado para o controle da situação e o abastecimento foi limitado. Segundo os sindicatos dos donos de postos de combustíveis apenas 10% dos postos da Paraíba estão com estoque para abastecimento.
Em meio aos protestos e à falta de gasolina em muitos postos, o Procon de Campina Grande divulgou uma pesquisa que indica um reajuste de 6,12% no preço do litro da gasolina este mês na cidade, onde a média do preço chegou a R$ 4,35. Já em João Pessoa, uma pesquisa do Procon municipal indica que o preço da gasolina subiu em 89 postos, com o menor preço chegando a R$ 4,09.
Em Bayeux, na grande João Pessoa, a prefeitura municipal fez um levantamento da situação dos dez postos de combustíveis do município. De acordo com a pesquisa, apenas um posto da cidade possui gasolina, que está sendo comercializada por R$ 4,29 o litro. O Gás Natural Veicular (GNV) está sendo encontrado em quatro postos e o Diesel em oito. O preço do GNV varia entre R$ 3,16 e R$ 3,19 o metro cúbico, Já o diesel pode ser encontrado com preços entre R$ 3,65 e R$ 3,82 o litro.
Petrobras anuncia congelamento do preço do diesel por 15 dias
Em meio ao protesto de caminhoneiros nas rodovias, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, convocou uma coletiva de imprensa na noite de quarta-feira para anunciar o congelamento do preço do diesel por 15 dias, com redução de 10%. A decisão da empresa, segundo o presidente, é uma medida excepcional na tentativa de resolver o impasse.
Caminhões estacionados nas margens da BR
Apesar das manifestações nos trechos das BRs, o bloqueio afeta apenas o tráfego de caminhões. Veículos de passeio não estão sendo parados, no entanto, há registro de trânsito lento em determinados locais. Os veículos de carga estão sendo estacionados às margens das rodovias e os caminheiros pedem o apoio das pessoas que passam pelo local.
O protesto de caminhoneiros começou na segunda-feira (21) depois de um novo anúncio em aumento no preço de combustíveis pela Petrobras. A mobilização também atinge outros estados do país.
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