POLÍTICA
Wilson Filho é alvo de operação que investiga fraudes no Ministério do Trabalho
Polícia Federal cumpre mandado no gabinete dele e de outros dois deputados federais.
Publicado em 30/05/2018 às 8:10 | Atualizado em 30/05/2018 às 13:03
O deputado federal Wilson Filho (PTB) é um dos alvos de uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (30) para desarticular organização criminosa suspeita de cometer fraudes na concessão de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho. Também são investigados os deputados Paulinho da Força (SD-SP) e Jovair Arantes (PTB-GO). A PF cumpre mandados nos gabinetes dos parlamentares.
Segundo informações do portal G1, a prisão dos parlamentares chegou a ser pedida mas foi rejeitada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Investigadores relataram que um dos objetivos da operação é investigar o loteamento do Ministério do Trabalho pelo PTB e pelo Solidariedade.
De acordo com a PF, as investigações revelaram "um amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares".
Segundo as investigações, o núcleo político do esquema teria como participantes o ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson, os deputados Paulinho da Força e Wilson Filho.
A operação 'Registro Espúrio' cumpre 64 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de prisão temporária, além de outras medidas cautelares.
Em nota, o deputado Wilson Filho negou que tenha qualquer tipo de participação na concessão de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho. O parlamentar disse que apoia as investigações e que está à disposição das autoridades competentes para prestar qualquer tipo de esclarecimento sobre o caso. (veja na íntegra mais abaixo)
Os mandados estão sendo cumpridos no Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. Em São Paulo, a PF faz buscas na Força Sindical.
Segundo a PF, as investigações começaram há um ano. São investigados crimes de organização criminosa, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro.
O esquema
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o esquema de fraudes nos registros sindicais funcionava em secretarias do Ministério do Trabalho responsáveis pela análise de pedidos de registro.
As fraudes, de acordo com as investigações, incluíam desrespeito à ordem cronológica dos requerimentos e direcionamento dos resultados dos pedidos. Pagamentos envolviam valores que chegaram a R$ 4 milhões pela liberação de um único registro sindical, segundo a investigação.
Segundo o MPF, no decorrer do inquérito, a Polícia Federal identificou a existência de um esquema criminoso estruturado em cinco núcleos de atuação: administrativo, político, sindical, captador e financeiro.
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