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VIDA URBANA

Patrick diz que abandono do tio motivou chacina na Espanha: 'queria que ele sentisse uma dor profunda'

Cronologia, motivações, problemas mentais e detalhes, confira trechos da confissão de Patrick Gouveia.

Publicado em 24/10/2016 às 10:03

François Patrick Nogueira Gouveia, assassino confesso de uma família paraibana em Pioz, na Espanha, se encontra na prisão de Alcalá Meco, em Madri. Patrick se entregou à polícia espanhola na quarta-feira (19) e prestou depoimento na sede da polícia de Guadalajara - região onde ocorreu o crime - na quinta-feira (20). Trechos do depoimento foram divulgados pelo portal espanhol 'Antena 3'. Patrick contou a cronologia do crime, algumas motivações, alegou "problema na cabeça" e deu detalhes sobre o quádruplo assassinato. O jovem teria se sentido abandonado pelo tio e essa seria a possível motivação do crime.

Ao longo do depoimento, nota-se que Patrick queria vingar-se de seu tio, Marcos Nogueira, por ele ter lhe abandonado depois de contínuos problemas de convivência. "Queria que ele visse o que tinha feito, e sentisse uma profunda dor", declarou. No mesmo dia do crime, ele comprou dois pacotes de sacolas de lixo industrial, uma faca e uma fita adesiva.

Patrick disse que foi ao chalé em Pioz (Guadalajara) com duas pizzas para convidar Janaína Santos Américo, esposa de Marcos, para comer, e foi assim que ela abriu a porta. O jovem comeu junto com Janaína e as crianças. Ele atacou a mulher pelas costas quando ela estava recolhendo a mesa. "Depois de matar Janaína, juro que tenho um vazio, não me lembro de nada. Não sei como matei as crianças, sou incapaz de lembrar. Depois só lembro dos corpos dos três na cozinha", contou.

Posteriormente, seu tio Marcos chegou em casa e, segundo o depoimento, aconteceu o seguinte diálogo. "O que tu faz aqui?", perguntou Marcos. "Vim comer com tua mulher e filhos", respondeu Patrick. "Tudo bem?", perguntou novamente o tio. "Muito bem, vem comigo para a cozinha que os três estão lá", convidou o jovem.

Patrick disse que ao ver sua esposa e filhos mortos, Marcos entrou em estado de choque. Com isso, ele começou a golpeá-lo e seu tio foi incapaz de evitar as facadas. "Não queria matá-los, mas tenho um problema na cabeça. Um instinto assassino, algo que vem de dentro e não posso controlar, tive uma raiva incontrolável", declarou durante a confissão.

Sua intenção era desaparecer com os corpos. Ele afirmou a Guarda Civil espanhola que esquartejou os corpos porque não conseguiria transportá-los e colocá-los em bolsas. "Foi uma questão instrumental", pontuou. "Os embalei e deixei na casa, próximos a porta para levá-los no dia seguinte. Antes, limpei logo a casa. Quando acabei, tomei um banho e fui dormir um pouco", detalhou.

"Me encontrei com um problema. Os corpos pesavam muito. Não tinha forças nem para carregá-los um por um", revelou Patrick. "Me ocorreu de usar o carrinho de bebê para carregá-los aos campos que tem perto, mas sair seis vezes com uma bolsa verde e passar na frente da guarita de segurança chamaria muito a atenção. Dei muitas voltas no assunto tentando encontrar a resposta. O melhor foi carregá-los em um carro e levá-los, mas não sei dirigir", declarou.

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Jornal da Paraíba

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