ECONOMIA
Produtores de cana se decepcionam com reunião com Ministério
Segundo produtores de cana, o secretário além de não propor nenhuma ação que minimineze os prejuízos do setor, mostrou que é pouco provável que a lavou canavieira participe do Pepro.
Publicado em 20/11/2008 às 17:09
Da Redação
Com informações da News Comunicação
A reunião com o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt e representantes dos canavieiros do Nordeste, realizada em Recife, na última quarta-feira (19), foi uma decepção para os produtores de cana. Além de não propor nenhuma ação que minimize os prejuízos do setor, o representante ministerial ainda deu a entender em seu pronunciamento que é pouco provável a inclusão da lavoura canavieira no Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).
“Com essa atitude, o Governo Federal compromete a viabilidade econômica de um importante sustentáculo social do Nordeste que é o setor canavieiro e deixa numa situação insustentável um segmento que emprega muitos trabalhadores no campo, além de ir na contramão do discurso do Governo Lula que diz priorizar o emprego e os segmentos produtivos nacionais”, desabafa o presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) e da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), Raimundo Nonato Siqueira.
Para ele, o encontro que se vislumbrava como uma grande oportunidade de entendimento entre o setor produtivo canavieiro do Nordeste e o Governo Federal foi um verdadeiro fiasco. “A arrogância do Sr. Gilson Bittencourt e o seu completo desconhecimento da realidade do setor foram uma das principais causas do fracasso da reunião”, argumenta Nonato.
Ele lembra que o representante do Governo Federal anunciou como uma grande novidade a destinação de recursos do Pronaf para pequenos agricultores como se fosse uma saída para a crise que passa o segmento, quando na realidade, além de não ser novidade essa linha de crédito, não resolve o problema do setor e ainda deixa de fora a uma boa parte dos produtores canavieiros do Nordeste e, justamente, os que mais produzem cana-de-açúcar, empregam e geram renda na região.
Para Nonato a reunião só não foi um completo fiasco porque diante da indiferença do representante do Ministério da Fazenda, os produtores se uniram, ainda mais, e já programam uma manifestação pública para o dia 2 de dezembro, data em que o presidente Lula estará em Recife, com o objetivo de chamar a atenção do presidente para a crise que passa o setor canavieiro nordestino e as implicações econômicas e sociais que ela produzirá. “É fundamental que o Governo Federal atente para essa problemática e haja enquanto houver tempo”, adverte Nonato, lembrando que sem a ajuda governamental será impossível o segmento se soerguer.
“Nós não estamos pedindo nenhum absurdo para o Governo, apenas o que já é feito com outras culturas, a exemplo da soja, algodão, milho, café etc”, destaca Nonato, lembrando que a inclusão da lavoura canavieira no Pepro tem o total apoio do Ministério da Agricultura, já tinha sido aprovada pela Advocacia Geral da União e, além disso, há dotação orçamentária para tal procedimento.
“Diante de tudo isso, atribuímos a negativa do Ministério da Fazenda apenas a falta de informação sobre a realidade do setor e sua real e fundamental importância para o desenvolvimento da região Nordeste”, diz Nonato, complementando que “é chegada a hora do governo reparar as injustiças que tem cometido contra os produtores de cana do Nordeste”.
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