VIDA URBANA
Trotes representam mais de 30% das ligações feitas para o Samu de João Pessoa
Números são referentes ao primeiro semestre de 2018 e preocupam a coordenação do serviço.
Publicado em 10/07/2018 às 11:12 | Atualizado em 10/07/2018 às 18:57
Cerca de 31,3% das ligações atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em João Pessoa, no primeiro semestre de 2018 foram trotes. O balanço dos registros feitos de janeiro até junho deste ano na Central de Regulação do Samu, através do número 192, aponta que foram recebidas 182.865 ligações, das quais 57.402 eram trotes. Em comparação com o primeiro semestre de 2017, quando houve um registro de 36%, o número apresenta uma leve redução, mas ainda preocupa. Segundo o Samu, na maioria das vezes, o trote é reconhecido ainda no processo de atendimento por telefone, casos em que as ambulâncias não são liberadas pela Central de Regulação. Quando o usuário é convincente, o trote só é descoberto quando o veículo chega ao local indicado na ligação. Nesses casos, as ambulâncias acabam sendo ocupadas por cerca de 40 minutos, tempo em que poderiam estar atendendo solicitações reais. A coordenadora do Samu de João Pessoa, Érika Rivenna, explica que, ao ocupar uma linha de emergência, a pessoa que realiza trote impossibilita o socorro de alguém que realmente precisa de ajuda. “Em casos de maior urgência, como um ataque cardíaco ou acidente de trânsito grave, segundos podem fazer toda a diferença para salvar a vida do paciente e, quando destinamos uma unidade para realizar um atendimento que é trote, estamos ocupando um serviço que pode deixar de estar atendendo outra pessoa em risco de morte”, alerta. O trote aos serviços de emergência é um crime previsto no Código Penal. Quando identificado, o autor é enquadrado no artigo nº 340 do Código Penal: falsa comunicação de crime ou de contravenção, cuja pena é detenção de um a seis meses ou multa.
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