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VIDA URBANA

MP apura agressões no Trauma

Agressões físicas de seguranças do Hospital de Trauma de CG contra pacientes e acompanhantes repercutiram nacionalmente.

Publicado em 05/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 16:22

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) vai instaurar inquérito civil público para apurar os casos de agressão ocorridos dentro do Hospital de Trauma de Campina Grande. As agressões físicas, inclusive contra um paciente que estava em uma cadeira de rodas, tiveram repercussão nacional após a divulgação das imagens durante reportagens exibidas ontem pelo Bom Dia Brasil e Jornal Nacional, da Rede Globo. Além disso, o MPPB também vai apurar o envolvimento de policiais no caso e se a atuação deles dentro do hospital está de acordo com a lei.

Conforme a promotora da Saúde, Adriana Amorim, o inquérito vai apurar não só os casos citados na reportagem, como também avaliar a qualidade do atendimento prestado pelo Hospital de Trauma durante a recepção dos pacientes. “Nós entendemos que o atendimento é prestado assim que a pessoa coloca o pé no hospital. Naquele espaço o paciente já tem que ser bem atendido e não tratado com indiferença, muito menos com agressão”, afirmou.

Ainda sobre as denúncias, Adriana Amorim reafirmou que independente das agressões, o hospital não poderia ter negado atendimento ao paciente por ele estar sem documentos. “O hospital não pode negar atendimento. Acima de qualquer documento está a vida do paciente, e nenhum documento pode ser empecilho para o atendimento. Isso é um ataque não só ao paciente, mas a toda a sociedade que precisa desse serviço”, lamentou.

Sobre a suposta atuação de policiais militares, que estariam trabalhando no setor de segurança do hospital, a promotora informou que vai encaminhar o caso para o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do MPPB, que vai investigar a regularidade do exercício dessas funções por parte desses militares.

De acordo com o diretor do Hospital de Trauma, Geraldo Medeiros, no primeiro caso, que aconteceu em julho de 2013, três homens que teriam se envolvido em uma briga no Parque do Povo, procuraram atendimento na unidade e foram agressivos com os funcionários da recepção. “Já entraram agredindo verbalmente o servidor público do atendimento. As imagens mostradas na TV não revelam um murro que um deles deu no funcionário do apoio e após esta agressão é que eles foram imobilizados e levados para fora do hospital. A polícia foi chamada, eles foram algemados e levados para a delegacia para ser feito um Boletim de Ocorrência. Houve aquele excesso de arrastar o paciente, por isso que imediatamente ele foi afastado, no dia seguinte ao registro da agressão”, frisou.

Com relação ao segundo fato registrado há menos de um mês, conforme Geraldo Medeiros, a equipe não identificou nenhum problema de dicção no rapaz e este também teria sido agressivo com os funcionários, inclusive atacando com murros um dos vigilantes. “Ele já entrou agredindo verbalmente a equipe. Foi conduzido até a central de apoio e deu um murro na mesa, e foi quando ele agrediu com cinco murros o profissional do apoio que o imobilizou e entrou em luta corporal com o rapaz. Existe uma sindicância aberta sobre este caso e este profissional que entrou na agressão foi afastado temporariamente até a conclusão. Ao todo, foram três profissionais afastados temporariamente e dois demitidos”, explicou.

POLÍCIA MILITAR

O comandante do 2° Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Campina Grande, coronel Lívio Delgado, não foi formalmente notificado sobre o caso, mas informou que uma investigação será aberta se houver denúncia formal. “Se ficar comprovado que houve envolvimento de policiais do batalhão, eu devo abrir um procedimento. Mas isto não está claro. É preciso que haja um canal, uma denúncia formal, com identificação dos policiais, se foi o caso, para que se abra uma investigação”, afirmou.

SAIBA MAIS

Nas imagens do circuito de câmeras do hospital divulgadas em reportagens no Bom Dia Brasil e no Jornal Nacional da Rede Globo, um dos pacientes, que está em uma cadeira de rodas, aparece sendo arrastado por um funcionário do Trauma. Em outro caso, um rapaz que acompanhava a avó, denuncia que foi agredido por outro vigilante. A direção do hospital afastou três funcionários envolvidos nos casos e demitiu dois deles. Com relação ao segundo relato, ainda há sindicância em curso.

Em entrevista concedida à TV Paraíba, que também mostrou os vídeos, a vítima que foi arrastada da cadeira de rodas diz que foi agredida de forma gratuita. “Chamaram o segurança e ele veio com total truculência, me arrancaram da cadeira de rodas e me levaram como se fosse um nada. Foi só ameaça e pancadaria", diz o homem. Com relação ao outro caso revelado nas imagens, registrado há cerca de um mês, um jovem de 18 anos registrou queixa de agressão por parte de um dos vigilantes. Ele teria sido agredido após pedir uma cadeira de rodas para a avó, que aguardava atendimento. (Colaborou Déborah Souza)

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Jornal da Paraíba

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