COTIDIANO
Milhões fazem greve na Europa
Na Espanha e em Portugal, greves foram realizadas, e alguns sindicatos na Grécia, na Itália, na França e na Bélgica também foram às ruas.
Publicado em 15/11/2012 às 6:00
Milhões de trabalhadores entraram em greve no sul da Europa ontem, convocados pelos principais sindicatos desses países para protestar contra medidas de austeridade financeira aplicadas pelos governos locais.
Na Espanha e em Portugal, greves gerais foram realizadas, e alguns sindicatos na Grécia, na Itália, na França e na Bélgica também foram às ruas em protesto, no dia que foi apelidado pelas centrais operárias de "Dia Europeu de Ação e Solidariedade".
ESPANHA
A greve geral convocada para ontem na Espanha começou com confrontos com a polícia por todo o país, nos quais 32 pessoas foram detidas e 12 ficaram feridas, sendo quatro delas policiais.
Os protestos foram convocados pelos maiores sindicatos e organizações sociais do país e se colocam contra as políticas de cortes do governo do premiê Mariano Rajoy.
É a segunda greve geral desde que Rajoy assumiu o país, em dezembro de 2011, e a nona greve realizada na Espanha desde o início da crise econômica europeia.
O desemprego espanhol já atingiu a marca de 25%.
As centrais sindicais comunicaram que, nas primeiras horas do dia, houve enorme adesão dos setores industriais e de serviços, assim como dos mercados de alimentos, das grandes obras de infraestrutura e das indústrias energéticas.
A diretora-geral de Política Interior da Espanha, Cristina Díaz, disse à imprensa que os serviços mínimos estão sendo cumpridos e que não há grandes alterações na vida cotidiana do país, exceto pelos confrontos entre alguns manifestantes e a polícia, a maior parte deles em Madri.
A greve causou o cancelamento de 131 voos nas primeiras horas do dia.
PORTUGAL
O transporte público português foi reduzido drasticamente, embora o tráfego de carros apresentava os congestionamentos habituais nas principais cidades do país, como Lisboa e Porto.
A Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal convocou a greve, a terceira do ano, para se manifestar contra a política de austeridade financeira do governo conservador do país.
O sindicato anunciou que, logo nas primeiras horas do dia, já considerava a greve um sucesso, com uma adesão de mais de 90% em diversos serviços, especialmente no transporte.
As ferrovias locais e interurbanas, os metrôs de Lisboa e do Porto, os ônibus e as conexões fluviais foram fortemente afetados pela greve.
Na capital e nos núcleos urbanos próximos a ela, também não se realizaram os serviços públicos de limpeza ontem.
Na noite de terça-feira, fábricas e hospitais já haviam deixado de funcionar em sua totalidade.
O governo português não divulgou números da greve, mas indicou que não pretende voltar atrás em suas políticas econômicas.
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