VIDA URBANA
Fuga em massa no PB1 tinha como alvo um único preso; PM ferido morre
Alvo foi detido em agosto após participar de um ataque a um carro-forte.
Publicado em 10/09/2018 às 11:41 | Atualizado em 10/09/2018 às 16:55
O ataque criminoso que gerou a fuga em massa de presos da Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves Abrantes, PB1, em João Pessoa, na noite do domingo (9) tinha como objetivo o resgate de um único preso: Romário Gomes Silveira, que foi detido em agosto após participar de um ataque a um carro-forte. Segundo o secretário de Administração Penitenciária, Sérgio Fonseca, informou no final da manhã desta segunda-feira (10), os criminosos que atuaram no resgate usaram armamento de guerra.
Durante a fuga no PB1, uma ação policial na rodovia estadual PB-008 tentou conter os fugitivos que passavam pelo local e houve troca de tiros. O tenente da PM, Erivaldo Moneta, de 36 anos, entrou em confronto com os criminosos, foi baleado na cabeça e levado ao Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Ele foi internado em estado gravíssimo, mas no final da manhã o hospital confirmou a morte do policial.
No início da tarde, a Secretaria de Administração Penitenciária atualizou o número de fugitivos: depois de uma recontagem, o número total passou a 92. As divisas com os estados vizinhos tiveram a segurança reforçada, sendo que 41 foram presos até a manhã desta segunda-feira. A lista atualizada dos fugitivos só deve ser divulgada na tarde desta segunda-feira pela Secretaria de Administração Penitenciária.
Além dos fugitivos, pelo menos seis suspeitos de participarem da ação também foram presos em um hotel no bairro de Manaíra no início da tarde. Eles estavam com seis armas de fogo, sendo um fuzil. A polícia segue à procura de outros envolvidos e investiga de onde partiu a ordem para a ação de resgate.
Ação para confundir policiais
O secretário Sérgio Fonseca explicou que a ação começou a partir de uma mata nas proximidades do presídio, de onde os criminosos atiraram nas guaritas do PB1 para confundir os policiais e iniciar uma troca de tiros. “Com essa quantidade de armamento, inclusive com a utilização de fuzis ponto 50, eles efetuam vários disparos nos alojamentos dos PMs e agentes. A arma perfura facilmente a parede. Pela munição estar atravessando as paredes, os agentes tiveram que se abrigar. Aí sim, eles conseguem se aproximar e usar os explosivos no portão da frente e da lateral”, disse o secretário.
Durante o resgate fugiram presos de pelo menos 12 celas da ala direita do pavilhão 2 do PB1. Segundo o Segurança Pública do estado, Cláudio Lima a fuga é a maior registrada na Paraíba pelo menos nos últimos oito anos. Sérgio Fonseca explicou que no momento da ação havia 17 agentes penitenciários e 12 policiais militares. “A quantidade de agentes no local eram suficientes pra fornecer a guarda do PB1 naquele momento. Foi uma ação pontual”, disse o secretário.
Outros detentos aproveitaram
As informações iniciais davam conta que a fuga teria sido planejada para resgatar quatro suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada em ataque a bancos e carros-fortes. Eles tinham sido presos em agosto, na cidade de Lucena, após uma ação contra um carro-forte em Cruz do Espírito Santo. No entanto, Sérgio Fonseca destacou que o resgate tinha Romário Gomes Silveira como alvo, e os demais se aproveitaram da situação. Ele já tinha sido preso por envolvimento na explosão de uma agência bancária dentro de um shopping em Campina Grande.
“Observando o circuito de câmeras, quando a equipe chega e consegue invadir o pavilhão eles vão diretamente na cela do Romário, conhecido como Romarinho. Quando sai, ele recebe um fuzil e claramente comanda a ação de retorno”, disse o secretário.
Os criminosos tiveram acesso à unidade prisional e abriram os cadeados usando alicates. Quando resgataram Romário, eles foram embora, abandonaram o equipamento no local, os presos pegaram os alicates e abriram as outras celas.
Segurança no presídio
“Todas as forças de segurança estão com força total buscando caçar esses elementos, nós vamos buscá-los. A PM está de prontidão, nas ruas, vamos dar proteção adequada. Vamos buscar efetivamente resgatar naturalmente a sensação de segurança”, afirmou o comandante-geral da PM, coronel Euller Chaves. Ele participou da entrevista junto com o secretário Sérgio Fonseca e também com o secretário de Segurança Pública do estado, Cláudio Lima. Segundo o coronel, os comandos dos batalhões que fazem divisa com os outros estados foram orientados a reforçarem a segurança.
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