POLÍTICA
Conselheiros tutelares de João Pessoa querem revogar lei que prevê dedicação exclusiva
Proposta tramita na CCJ da Câmara Municipal da capital.
Publicado em 27/09/2018 às 19:50 | Atualizado em 28/09/2018 às 10:22
Uma comissão de conselheiros tutelares de João Pessoa estiveram reunidas nesta quinta-feira (27) com o presidente da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), vereador Marcos Vinícius (PSDB), para debater o projeto de lei ordinária que revoga a determinação de que os conselheiros precisam exercer suas atividades com dedicação exclusiva. A propositura tramita na Comissão de Constituição, Justiça, Redação e Legislação Participativa (CCJRLP).
De acordo com o projeto, “o objetivo é adequar a legislação local com a Lei Federal nº 8.069 de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto da Criança e Adolescente”. A proposta traz na justificativa “que a norma nacional não impõe o regime de exclusividade no exercício da função de conselheiro tutelar, por entender que tal exercício se dar em regime de plantão”.
A exigência de dedicação exclusiva está prevista numa lei que institui diretrizes para a formulação de política municipal de proteção à criança e adolescente, bem como estabelece a estrutura dos Conselhos Tutelares.
Durante a visita, os conselheiros Josevaldo Gomes, Alessandro Queiroz, Silvania Cavalcanti, Jair Soares e Veruska Machado, que integraram a comissão, solicitaram ao presidente da CMJP, Marcos Vinícius, apoio para a aprovação do PLO e a sua possível intermediação junto as bancadas de situação e oposição para que a proposta seja colocada em votação.
Jair Soares deixou claro que esse projeto não vai de encontro ao Estatuto da Criança e Adolescente que, segundo ele, normatiza as atribuições dos conselheiros tutelares. Por sua vez, Alessandro Queiroz disse que, com a revogação da medida, o conselheiro poderá exercer outra profissão, desde que haja compatibilidade de horário das funções.
Silvania Cavalcanti lembrou que, na atual lei municipal, o conselheiro tem mais cargas horárias de trabalho do que a própria lei exige. “E sem os benefícios”, completou ela.
O presidente Marcos Vinícius comentou que o Poder Legislativo Municipal tem um papel crucial e preponderante que é o de ouvir a população e de dialogar com todos os segmentos sociais. Ele afirmou que a CMJP é uma instituição forte, transparente e que tem, muitas vezes, uma atuação decisiva no contexto sócio-político-econômico da Capital paraibana. “Somos representantes do povo e, como representantes, precisamos ouvir e discutir as demandas da sociedade. A Casa tem que estar, cada vez mais, perto da população pessoense”, declarou o parlamentar.
Estrutura dos Conselhos
A cidade de João Pessoa tem, atualmente, sete Conselhos Tutelares, cada um com cinco conselheiros, que exercem, em regime de plantão, trabalhando inclusive nos finais de semana e feriados, 40 horas semanais. Esses conselhos estão inseridos nas regiões Norte, Sul, Sudeste, Mangabeira, Valentina Figueiredo e Cristo Redentor, além da área da praia.
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