VIDA URBANA
Excesso de estímulos eletrônicos para crianças pode extinguir interações sociais
Além de incentivar sedentarismo, jogos eletrônicos dificultam desenvolvimento.
Publicado em 12/10/2018 às 7:00 | Atualizado em 12/10/2018 às 12:18
Nesta sexta-feira (12) é comemorado o Dia das Crianças e cada uma tem sua forma de comemorar: em muitas famílias, as tradicionais brincadeiras de rua foram substituídas por brinquedos eletrônicos. A psicóloga infantil Marcella Andrade alerta para os problemas que esse brinquedos pode trazer. "Como muitas vezes os jogos eletrônicos são individuais, as crianças acabam perdendo o contato com grupo, extinguindo assim as interações sociais", explica.
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Segundo ela, brincadeiras como pega-pega, esconde esconde, baleado e casinha podem parecer simples, mas têm grande relevância para formação da criança. "O ato de brincar é a maneira da criança impulsionar seu desenvolvimento mental e social", justifica. Marcella explica que, através das brincadeiras, é que as crianças aprendem a expressar felicidade, medo ou ansiedade.
Além de afetar o desenvolvimento social, os jogos eletrônicos obrigam que a criança fique muito tempo parada. Isso acarreta em outros problemas, como a obesidade infantil, risco de dependência da tecnologia e até privação de sono. Segundo a especialista, "uma criança que passa muito tempo isolada por causa do uso da tecnologia pode ter problemas para se expressar, problemas em lidar com sentimentos como a raiva, e se tornar uma criança impulsiva".
Participação dos pais
De acordo com a psicóloga infantil, é importante que os pais participem de algumas brincadeiras com os filhos. Dessa forma, o adulto passa a ser modelo das atitudes que serão aprendidas e valorizadas pela criança. "Além disso, brincar com seus filhos também é uma maneira de reforçar os laços afetivos da relação, a confiança", sugere.
As brincadeiras ajudam ainda a criar uma abertura para diálogo. Durante uma brincadeira, a criança pode falar algo que o pai ou a mãe fez que a tenha magoado. "Devemos então conscientizar os pais de que as crianças precisam brincar, que a brincadeira pode deixá-las mais felizes, espontâneas, criativas e comunicativas, tornando-as assim seres mais humanos, cooperativos e sociáveis futuramente", finaliza.
* Sob a supervisão de Aline Oliveira
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