VIDA URBANA
Chacina de Pioz: em julgamento, médicos afirmam que Patrick é 'psicopata sem empatia'
Quarto dia de julgamento foi reservado a depoimentos de peritos, psicólogos e médicos forenses.
Publicado em 29/10/2018 às 16:36 | Atualizado em 29/10/2018 às 18:15
"Psicopata sem empatia" foi o termo utilizado por médicos forenses que depuseram nesta segunda-feira (29), durante o julgamento de François Patrick Nogueira, assassino confesso de quatro familiares no caso conhecido como Chacina da Pioz. Os médicos afirmaram que Patrick não demonstra remorso e que sabia perfeitamente o que fazia quando matou os tios e primos. As declarações foram feitas durante o quarto dia de julgamento, que acontece na cidade de Guadalajara.
“Ele queria fazer isso, então ele nos disse ‘eu já tinha pensado como fazer isso’, portanto não podemos considerar um ato impulsivo. Ele não tem capacidade limitada para conhecer ou entender o que faz”, explicou uma das psicólogas forenses, conforme divulgação feita pela emissora de TV espanhola Antena 3.
O julgamento do réu, que tem 21 anos, acontece em Guadalajara, dois anos e cinco dias depois da prisão dele, e vai até o dia 31 de outubro, data para leitura do veredicto. As sessões do julgamento acontecem pela manhã e à tarde, no horário da Espanha.
Ainda de acordo com as psicólogas, Patrick Nogueira apresenta frieza emocional e é capaz de mentir e manipular para seu próprio benefício. Os depoimentos também rebateram qualquer possibilidade de amnésia e que as informações omitidas não foram por esquecimento, mas omitidas voluntariamente.
Para Walfran Campos, tio de Patrick e irmão de Marcos, pai da família assassinada, o sobrinho tem se comportado como um ator durante todo julgamento. “Contratei médicos forenses, psicólogos que mostraram que desmontaram essa tese da defesa de que ele tem danos cerebrais, ele respondia 100% pelos seus atos no momento que cometeu os crimes”, comentou.
Patrick usou faca de 30 centímetros
Conforme o depoimento de um dos peritos do caso, Patrick usou uma faca com largura de aproximadamente 30 milímetros para realizar os homicídios. As vítimas apresentavam ferimentos de 34 a 35 milímetros. Janaína e as duas crianças assassinadas apresentavam grandes ferimentos no pescoço.
De acordo com a Antena 3, as análises feitas no corpo de Marcos Nogueira indicaram que ele foi a única vítima que apresentou alguma resistência, a partir dos ferimentos e número de perfurações. Ainda de acordo com o laudo técnico, devido ao estágio avançado de putrefação dos corpos, não foi possível precisar se o esquartejamento foi antes ou depois da morte das vítimas.
O crime
De acordo com a denúncia da promotoria, o acusado foi até a casa onde a família vivia na cidade de Pioz no dia 17 de agosto de 2016 “com o propósito de acabar com a vida” de seus tios e primos, utilizando uma faca de grandes dimensões.
Conforme o processo, a tia do acusado abriu a porta da casa na presença de seus filhos e permitiu a entrada de Patrick. Em um dado momento, no qual ambos estavam na cozinha, ele a atacou de forma surpreendente e fez um corte em seu pescoço, que veio a causar sua morte.
Em seguida, o acusado foi ao encontro de seus primos, um de quatro e outro de um ano de idade, e também os degolou. Depois, com a intenção de ocultar o crime, o jovem esquartejou o corpo da sua tia e colocou as partes em sacolas plásticas, fazendo o mesmo com os corpos de seus primos, mas sem desmembrá-los, e começou a limpar o local, aguardando a chegada de seu tio.
Quando o tio entrou na residência, foi recebido pelo assassino, que esperou que ele virasse as costas para atacá-lo, desferindo várias facadas. Depois, esquartejou o corpo como fez com sua tia, com a intenção de ocultá-lo.
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