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POLÍTICA

Disputa por eleitores ficará mais acirrada

Especialista acredita que a política de hoje exige do parlamentar uma postura mais proativa.

Publicado em 02/10/2011 às 15:52

Mobilidade urbana, maior acesso da população à internet e o crescimento da democracia participativa são alguns dos fatores que acirrarão a competição dos candidatos a vereador nas próximas eleições. Essa é a opinião compartilhada por especialistas e também por parlamentares que convivem com o desafio de enfrentar este novo panorama social, de mostrar à sociedade e aos eleitores o papel que ainda podem desempenhar nos Legislativos.

Se no passado alguns poucos lideravam isoladamente comunidades e até bairros inteiros, dominando os chamados 'currais ou redutos eleitorais', atualmente, na análise do cientista político Ítalo Fittipaldi, o grande desafio dos vereadores é fortalecer a sua identidade com os grupos que o elegeram, a fim de que possam se manter no poder. “A política hoje exige do parlamentar uma postura mais proativa".

Para Fittipaldi, a mobilidade urbana é uma das questões que interferem para essa nova relação. “As pessoas circulam mais entre os bairros por conta do trabalho, estudo e vida social, e também mudam mais de endereço do que antigamente. Isso dificulta a ligação de curral eleitoral, com bairro de características únicas. Ainda existem alguns vereadores que mantêm suas bases eleitorais, mas isso caiu muito”, disse o cientista.

Outro ponto levantado por Ítalo Fittipaldi, que afasta a identidade de determinado grupo ou bairro com os vereadores, seria o fácil acesso da população com as mídias sociais, através da internet. “Tendo acesso ao trabalho de novas lideranças e acompanhando a atuação dos vereadores eleitos, a população tem uma ferramenta de fiscalização e escolha”, afirmou.

Da mesma opinião é o atual líder da bancada governista na Assembleia Legislativa, deputado estadual Hervázio Bezerra (PSDB). Vereador por cinco mandatos, os quase vinte anos de experiência na Câmara Municipal de João Pessoa o auxiliou a perceber o que chama de novo momento na política. Para o ex-vereador, “a modernidade e as novas tecnologias, principalmente com as redes sociais, faz com que o vereador tenha ferramentas que podem ser úteis para divulgação do trabalho”, disse.

De qualquer forma, conclui Hervázio Bezerra, a política assistencialista ainda é o que norteia o papel do parlamentar em relação à população. “O vereador continua sendo um parachoque da população. Porque ele é a primeira pessoa a quem a população recorre para conseguir resolver alguma questão junto ao poder público, como um emprego, o pagamento de alguma conta”, disse.

A democracia participativa, especialmente com o modelo adotado pela prefeitura de João Pessoa do Orçamento Democrático, seria o terceiro obstáculo a ser enfrentado pelos vereadores, especialmente aqueles que seguem a linha mais formal de atuação nas bases e não surgiram dentro desse novo enquadramento social.
“O orçamento participativo de fato burla, desvia a intermediação da política pública desempenhada pelo vereador".

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Jornal da Paraíba

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