ECONOMIA
Vaidade pessoal e problemas na gestão de RH estão entre ‘inimigos’ dos resultados organizacionais
Para o engenheiro e professor Marcos Cotta, da Fundação Dom Cabral, é preciso garantir sincronismo organizacional.
Publicado em 27/11/2018 às 7:00 | Atualizado em 27/11/2018 às 18:07
A vaidade pessoal, a tendência natural de querer fazer as coisas apenas do seu jeito, a falta de uma gestão adequada e de conhecimento macro das estratégias da empresa são alguns dos ‘inimigos’ dos resultados de uma organização. Estes desafios são apontados pelo engenheiro mineiro Marcos Cotta, que está em João Pessoa para ministrar um curso para gestores de empresas paraibanas, que começa nesta terça-feira (27). A boa notícia é que tem solução para cada um desses desafios.
Segundo Marcos, que trabalha a partir do conceito de sincronismo organizacional, três aspectos precisam da atenção: a estratégia, a rotina e as pessoas, já que é nelas que começam as dificuldades. “O responsável pela estratégia é a alta administração. A rotina, quem determina são os gestores. E as pessoas são as que executam as tarefas. Mas aí, os gestores precisam direcionar a rotina a partir das estratégias, que eles não conhecem bem. E quem executa, as pessoas, se consideram donas das atividades e acham que podem executar do jeito que querem”, resume.
Um dos grandes desafios é a vaidade pessoal, já que as pessoas tendem a se preocuparem com os resultados unicamente do seu setor e a ter uma atitude defensiva em casos de cobrança. Sem compreender o todo, sem uma visão macro, as pessoas acabam defendendo seu setor como um time de gincana. Mas a empresa só atinge suas metas se todos forem o mesmo time dessa gincana.
Para isso, Marcos defende que é necessário criar caminhos horizontais que cruzem a empresa para que as áreas que executam as diversas tarefas façam isso de acordo com o caminho, não com seus próprios desejos. É preciso que todos enxerguem com clareza onde a empresa está neste momento, onde quer chegar e quais as estratégias necessárias para chegar lá.
O papel dos gestores
Comunicação é uma ferramenta importante neste processo, já que é imprescindível que todos os colaboradores conheçam as estratégias da empresa. Mas Marcos também destaca o papel dos gestores, já que são eles que conduzem as equipes a trabalharem de forma direcionada com as metas.
Além disso, falta visão sistêmica da parte deles, que acabam fazendo cobranças de forma inadequada, gerando posicionamentos defensivos das equipes que, no fim, acabam se fechando em copas. E o problema não é resolvido. Marcos dá um exemplo: “ se você tem um problema de atraso na entrega dos produtos, pode ir direto se queixar à equipe de logística, mas é preciso verificar se não houve falha ainda no comercial”.
O curso que vai ser ministrado por Marcos tem como público alvo gestores de empresas paraibanas que fazem parte do Programa Parceiros para a Excelência (Paex), conduzido pela Fundação Dom Cabral. Na opinião do engenheiro, no entanto, os desafios são semelhantes em todo o país. “De forma geral, as empresas estão pouco preparadas para atingir suas metas estratégicas de forma realmente eficiente”, analisa.
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