VIDA URBANA
Índice de mortes por Aids cresce 21% na PB, mas estado segue com menor índice do NE
Média nacional caiu enquanto a paraibana subiu, mas Estado segue tendo um dos índices mais baixos do país
Publicado em 27/11/2018 às 17:26 | Atualizado em 27/11/2018 às 17:52
O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (27) o Boletim Epidemiológico HIV Aids 2018, um longo relatório que apresenta todo o histórico sobre o combate à doença no país desde a década de 1980 até os dias de hoje. E a Paraíba apresenta dados para lá de curiosos em âmbito nacional: por um lado, tem o menor índice de mortalidade do Nordeste e um dos menores do país; mas por outro lado, teve um aumento percentualmente considerável nesse mesmo índice entre 2007 e 2017.
Para se ter uma ideia, a Paraíba, nesse intervalo de dez anos, saiu de uma média de 2,6 óbitos a cada 100 mil habitantes para 3,1 óbitos a cada 100 mil habitantes. A rigor, portanto, é um índice 21% maior, mas ainda assim o Estado fica longe da média nacional que atualmente é de 4,8 óbitos para cada 100 mil habitantes.
Se comparado com outros Estados brasileiros, aliás, a situação fica ainda mais curiosa: o Rio Grande do Sul, por exemplo, o Estado que hoje tem o pior quadro, tem um índice de 9 mortes para cada 100 mil habitantes, mas ainda assim isso significa uma redução de 22% de mortes em território gaúcho.
O que acontece é que, no passado, a Aids estava mais concentrada nas regioes Sul e Sudeste do Brasil, mas desde que o Governo Federal começou uma política de tratamento para todos as pessoas detectadas com a doença, os números passaram pouco a pouco a ficarem mais equânimes. O que pode ter ajudado a provocar essa aparente contradição.
Os mortos pela Aids na Paraíba e no Brasil
Sem considerar essa variação ao longo de uma década, e considerando apenas os números de 2017, a Paraíba ocupa a melhor colocação do Nordeste e a quinta colocação geral do Brasil no ranking de menor número de óbitos por causa da Aids. Isso significa que apenas em Tocantins, Roraima, Minas Gerais e Distrito Federal os índices são melhores, com menor número de mortes para cada 100 mil habitantes.
Em números absolutos, a propósito, o Brasil já registrou entre 1980 e junho de 2018 um total de 926.742 casos de Aids, sendo que 327.655 desses já foram a óbito. Registre-se, aliás, que os homens respondem a 606.936 casos e a 231.257 óbitos, contra 319.682 casos e 96.271 óbitos entre as mulheres.
Considerando apenas os casos registrados na Paraíba, ao longo destes quase 38 anos, já são 8.676 pessoas infectadas com a Aids, sendo que 2.436 desses acabaram morrendo.
Nova campanha
A divulgação dos números sobre a Aids no Brasil coincidem com o início da campanha que marca no Brasil os 30 anos do Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A data foi marcada pela Assembleia Geral da ONU e pela Organização Mundial de Saúde cinco anos depois da descoberta do vírus.
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