CULTURA
Três longas paraibanos vão estrear na 13ª edição do Fest Aruanda
Evento deve refletir o momento especial pelo qual passa o cinema paraibano.
Publicado em 29/11/2018 às 10:25 | Atualizado em 10/12/2018 às 10:53
Vitrine do cinema paraibano, o Fest Aruanda vai contar com a estreia de três longas-metragens feitos no estado na edição de 2018. Para a organização, o evento vai ser uma espécie de coroação do momento especial pelo qual passa a cinematografia paraibana, já que nunca se produziu tanto, especialmente longas de ficção. O Fest Aruanda 2018 começa no dia 6 e vai até 12 de dezembro, toda a programação é gratuita.
Estão na disputa da Mostra Competitiva Sob o Céu Nordestino, dedicada às produções paraibanas, os longa 'Beiço de Estrada', de Eliézer Rolim; 'O seu amor de volta- Mesmo que ele não queira', de Bertrand Lira; 'Ambiente Familiar', de Torquato Joel, e 'Sol Alegria', de Tavinho Teixeira e Mariah Teixeira. Os três primeiros vão ter a premiére nacional durante o Aruanda. O filme de Eliézer, inclusive, foi exibido em um festival na Estônia.
Os quatro longas que vão ser exibidos estão entre os seis lançados na Paraíba em 2018. “A gente pode dizerque temos um momento especial, por conta da produção paraibana ter atingido, quantitativamente falando, e também do ponto de vista estético, uma visibilidade maior. Temos seis longas prontos e um engatilhado para 2019”, afirma o produtor executivo do Fest Aruanda, Lúcio Vilar.
Ele relembra que a Paraíba tem uma escola de curtas-metragens, iniciada com o clássico 'Aruanda', de Linduarte Noronha, mas sempre teve dificuldade na produção de longas, principalmente de ficção. “Nos anos 70 fizemos 'Salário da Morte'. Vamos ter um outro longa somente nos anos 90, que só vai ser lançado nos anos 2000, que é 'Por 30 dinheiros'. Foi um processo complicado para finalizar, a Vânia Perazzo [diretora] penou . Depois vamos ter um outro, em um intervalo menor, que é o 'O Sonho de Inacim', do Eliézer Rolim. Eram coisas muito esporádicas”, ressalta.
Na visão de Vilar, o aumento na quantidade de filmes se deve muito ao edital Walfredo Rodrigues, criado pela prefeitura de João Pessoa em 2012 para incentivar a produção cinematográfica local.
“Estamos 'desovando' seis longas em um único ano, é um negócio surpreendente, é algo absolutamente extraordinário e que mostra uma virada de página. Viramos a página com muita qualidade, muita densidade. É um tabu que está sendo quebrado”, destaca Vilar.
Além das exibições, as produções da PB também estarão no foco do debate durante o Fest Aruanda. No dia 7 de dezembro vai ser realizada a mesa 'O Cinema Paraibano de Longa-Metragem Pede Passagem', que vai discutir editais, tecnologias e a regionalização da produção. A mesa vai ser às 11h30 na Usina Cultural Energisa.
O festival
Em 2018, o festival tem um foco na música. O longa ‘Todas as canções de amor’, da diretora Joana Mariani, é a grande atração da noite de abertura do evento . Estão na programação o longa 'Simonal', cinebiografia de Wilson Simonal, e os documentários 'Adoniran' e 'Clementina', sobre os músicos Adoniran Barbosa e Clementina de Jesus, entre outros.
A parte principal da programação, as sessões dos filmes, vão acontecer em duas salas do Cinépolis, no Manaíra, Shopping, mas também há programação de oficinas e as solenidades de homenagens, em um hotel no Cabo Branco, e o Fest Aruandinha e os debates, que acontecem na Usina Cultural Energisa.
A programação completa do Fest Aruanda pode ser conferida no site do evento.
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