ECONOMIA
Microempresas reduzem vagas
Cenário econômico vivido pelo país em 2013 afetou o desempenho da geração de empregos, diz Sebrae-PB.
Publicado em 06/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/07/2023 às 12:26
Mesmo com saldo de empregos formais muito acima do gerado pelas grandes e médias empresas, os micro e pequenos negócios tiveram uma queda de quase 24% nos novos postos de trabalhos em 2013, graças ao baixo crescimento da economia do país e também à fraca qualificação profissional no Estado.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), consolidados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), enquanto as grandes e médias empresas fecharam 2013 com saldo negativo (-2.940), as micro e pequenas empresas geraram 11,230 mil postos. Em 2012, o volume tinha sido de 14,760 mil novos empregos, já as médias e grandes tiveram um saldo negativo menor (-1.321).
De acordo com a gerente de gestão estratégica do Sebrae-PB, Ivani Costa, o cenário econômico vivido pelo país em 2013 afetou o desempenho da geração de empregos nos micro e pequenos negócios. “A economia como um todo teve um crescimento pequeno, menor do que se esperava. Isso causou danos em vários setores, como os pequenos e micronegócios.
Quanto menor crescimento da economia, menor geração de emprego”.
Já para o presidente da Federação das Micro e Pequenas Empresas do Estado da Paraíba, Antônio Gomes, um dos principais motivos para a retração foi a falta de qualificação profissional. “Não é que não tenham empregos. O que falta mesmo é qualificação. Há muita dificuldade em se encontrar pessoas capacitadas, isso é visto em todos os segmentos das micro e pequenas empresas. A mão de obra está escassa, aí diminui a geração de empregos”, explicou Antônio Gomes.
O presidente da Federação das Micro e Pequenas Empresas do Estado da Paraíba disse ainda que a tendência é que este cenário mude, já que na Paraíba cresce o número de ofertas de qualificação profissional. “Acredito que isso vai ser revertido, o governo do Estado tem aberto novas escolas técnicas, abrindo mais espaços para a mão de obra qualificada. Isso faz com que o jovem busque a qualificação e preencha as vagas do mercado”.
Para que a mudança seja alcançada, também é necessário mudanças na política econômica do país, explicou Antônio Gomes. “É um ano político e infelizmente o país ainda não tem um planejamento sólido, o micro e pequeno empresário fica numa situação crítica, porque ele sofre com os erros da política financeira do país. Pagamos uma carga tributária altíssima e não temos um planejamento para cinco anos, que traga estabilidade às empresas, como acontece em outros países”.
O representante das micro e pequenas empresas defende uma reforma que fomente a construção do planejamento mais eficaz para o setor. “A Lei Geral das Microempresas precisa de uma reforma profunda, porque ela não atende mais às necessidades dos microempresários. Hoje em dia está ficando menos interessante se tornar um microempresário por causa desse modelo existente”.
Em 2013, os meses de novembro (2.516), agosto (2.144) e outubro (1.944) foram os meses de maiores saldos de empregos entre micro e pequenas empresas. Já março (-441) e janeiro (-221) registraram saldos negativos. O levantamento do Sebrae considera como micro e pequena empresa aqueles negócios que possuem até 99 funcionários.
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