POLÍTICA
Denúncia de irmãs contra Efraim será confrontada com documentação
Diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, informou que, se for constatado que houve crime, poderá ser aberto um inquérito
Publicado em 21/05/2010 às 7:09
Karoline Zilah
Com informações da Agência Senado e Congresso em Foco
As irmãs Kelriany e Kelly Nascimento da Silva, que denunciaram terem sido contratadas pelo gabinete do senador paraibano Efraim Morais (DEM) sem terem conhecimento disto, prestaram oito horas de depoimento separadamente à Polícia Legislativa do Senado, na quinta-feira (20), mas saíram por volta das 23h30 sem dar declarações à imprensa. (assista abaixo à reportagem do Jornal Nacional sobre os depoimentos)
O corregedor e o primeiro-secretário do Senado, respectivamente Romeu Tuma (PTB-SP) e Heráclito Fortes (DEM-PI), prefiram esperar a conclusão das investigações para tomar providências, mas ambos concordaram que a denúncia é grave. O diretor da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, informou que, se for constatado que houve crime, poderá ser aberto um inquérito. Durante o depoimento das irmãs, ele disse à imprensa que a Polícia do Senado iria solicitar documentos para confrontar com os depoimentos prestados.
A polícia do Senado ainda não tem data marcada para ouvir Mônica da Conceição Bicalho, assessora de Efraim. Segundo as irmãs, ela teria oferecido às duas uma bolsa de estudos na Universidade de Brasília (UnB) e anotado seus dados. Logo após a denúncia da imprensa, Mônica divulgou nota dizendo ter solicitado ao chefe de gabinete do senador a contratação de ambas para realização de serviços externos à Casa. Ela também afirmou que o Efraim Morais não teria conhecimento do caso.
Kelriany relatou à imprensa ter descoberto que era funcionária do Senado ao tentar abrir uma conta bancária. O banco informou-as de que o salário depositado mensalmente era de R$ 3,8 mil por mês, Elas já teriam até recebido uma promoção. Os recursos seriam movimentados, sem o conhecimento delas, pela assessora de Efraim
Os nomes das irmãs constam no quadro de servidores efetivos e contratados do Senado, porém elas denunciaram que não sabiam da existência da contratação e que sequer haviam trabalhado para o senador. Na chegada das estudantes, por volta das 15h, o advogado delas estudantes, Geraldo Faustino, disse que as assinaturas utilizadas no contrato são falsas.
"Precisamos saber o que aconteceu para depois tomar providências", ponderou Pedro, acrescentando que os investigadores legislativos ainda vão analisar os documentos registrados na Polícia Civil e confrontar versões dos envolvidos na fraude. Ele explicou porque não haverá acareação entre as irmãs e Mônica. "As duas [Kelriany e Kelly] são denunciantes."
O gabinete de Efraim pediu a exoneração de ambas, bem como o desligamento da assessora Mônica Bicalho.
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