VIDA URBANA
Revitalização no Cine Capitólio não sai do papel por falta de verba
Secretário de Obras do município de CG disse que é necessária a aplicação de recursos no valor de R$ 5 milhões.
Publicado em 17/04/2015 às 6:00 | Atualizado em 15/02/2024 às 12:28
A falta de recursos por parte da Prefeitura de Campina Grande para recuperar o Cine Capitólio, localizado no Centro da cidade, tem emperrado a escolha do projeto para o local desativado desde 1999. Como o prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), o projeto de revitalização do equipamento precisa respeitar as características técnicas arquitetônicas para que após 15 anos o espaço seja novamente utilizado.
Para isso, a saída mais próxima para que a revitalização saia do papel é a realização de uma parceria entre a Prefeitura de Campina Grande e empresas privadas que decidam investir no setor cultural. O secretário de Obras do município, André Agra, disse que é necessária a aplicação de recursos no valor de R$ 5 milhões, o que a gestão não tem situação fiscal favorável no momento para isso, e que a saída mais eficaz seria a aproximação desse tipo de capital.
“Primeiro vamos encontrar uma solução arquitetônica, mas também criar uma pactuação com a iniciativa privada porque é uma obra que se arrasta há muito tempo sem solução. É um ano difícil no que diz a respeito a conseguir recursos federais, e por isso vamos buscar parceria com o setor privado. A gente defende um projeto que respeite o valor histórico do local, inclusive com a manutenção da estrutura que existe, como recomenda o Iphaep”, explicou André Agra.
Em desacordo com a proposta do secretário, o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande (ADUFCG), Luciano Mendonça, que representa outras entidades que discutem a revitalização do Capitólio, afirmou que caso haja essa aproximação do bem público com a iniciativa privada, o Cine Capitólio perderá sua essência e não terá serventia para a população. “Se eles confirmarem essa intenção, a população será excluída de sua participação no Cine Capitólio, já que o empresário só estará preocupado com o lucro extraído do local”, disse.
A diretora do Conselho de Patrimônio Histórico de Campina Grande, Giovana Aquino, explicou que a discussão realizada na manhã de ontem na Secretaria de Cultura possibilitou a análise de três propostas que se aproximam no que diz respeito à recuperação do Capitólio. Segundo ela, a primeira é a criação de um Capitólio voltado para as artes plásticas, a segunda prevê atividades multiculturais, pedagógicas e de artes visuais, enquanto que a terceira é a reunião geral dessas ideias, mas que abre a possibilidade de exploração da iniciativa privada.
Para a diretora executiva do Iphaep, Cassandra Figueiredo, a intenção do órgão em participar dessas discussões é promover a viabilização de um local de convergência que possa a partir do respeito da arquitetura e da memória histórica do local, reunir condições de oferecer um equipamento cultural eficaz para a população de Campina Grande. “O Cine Capitólio tem um projeto que precisa ser feito alguns ajustes acerca das normas específicas. São ajustes técnicos, já que o tombamento é do prédio e é preciso manter seu valor histórico”, explicou Cassandra.
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