ECONOMIA
Aumenta em 7,46% índice de empresas com dívidas atrasadas
A região Nordeste tem a segunda maior taxa de inadimplência. Dado é do SPC e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Publicado em 19/05/2015 às 6:00 | Atualizado em 09/02/2024 às 17:03
O volume de empresas com dívidas atrasadas registrou nova alta no último mês de abril. Segundo o indicador calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a quantidade de empresas inadimplentes apresentou crescimento de 7,46% em abril de 2015 na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi a terceira aceleração consecutiva no ano - em janeiro, a alta havia sido de 5,89% na base anual.
Já na passagem de março de 2015 para abril do mesmo ano, sem ajuste sazonal, houve crescimento de 1,82% na quantidade de pessoas jurídicas inadimplentes. Além do aumento no número de empresas inadimplentes, a aceleração atingiu também a variação da quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 7,01% a mais em abril deste ano, em relação a abril do ano passado, depois de atingir, em janeiro de 2015, o menor valor da série histórica (3,49%).
NE REGISTRA 2ª ALTA
Com taxa de 19,38%, a Região Nordeste registra a segunda taxa de inadimplência entre as regiões do país de empresas. O Sudeste, responsável pela principal fatia do PIB nacional, é a região que concentra a maior parte das pessoas jurídicas inadimplentes (43,58%), enquanto o Sul fica em terceiro com 16,99%.
Os economistas do SPC Brasil esclarecem que a posição de destaque do Nordeste no ranking da inadimplência das empresas se explica pelo fato de a região ter crescido de modo muito acelerado nos últimos anos, com muitas empresas lidando ainda recentemente com os novos instrumentos de financiamento.
O maior crescimento no número de empresas inadimplentes também foi registrado pelo Sudeste, onde a quantidade de devedores aumentou 7,73%, seguido pelo Nordeste, cuja alta anual foi de 7,30%. O avanço menos expressivo ficou por conta do Sul, cuja variação apresentada no período foi de 2,79%.
As regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram crescimento de 4,11% e 3,88%, respectivamente, na quantidade de empresas que não honraram compromissos financeiros.
ANÁLISE
A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, esclarece que a dificuldade dos empresários em manter os compromissos financeiros em dia está relacionada à atual conjuntura econômica de baixo crescimento, quedas da produção industrial, além de inflação e juros em patamares elevados.
"O resultado reflete o cenário econômico adverso de menor dinamismo da economia e maior restrição ao crédito, fatores que afetam a capacidade de pagamento tanto das famílias como das empresas", explica a economista.
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