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COTIDIANO

É preciso 'compatibilizar discursos', diz Lula sobre Irã e EUA

Amorim viaja nesta terça para discutir acordo entre Irã e ONU. Presidente disse não ter medo de que país use urânio para armas.

Publicado em 22/04/2010 às 16:49

Do G1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (22) que o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, viaja nesta tarde ao Irã para “amadurecer” negociações sobre as possibilidades de um acordo entre o Irã e a Agência Internacional de Energia Atômica. Lula embarca para a capital iraniana,Teerã, no próximo dia 15 de maio.

“Estou mandando o Amorim para Teerã hoje [quinta-feira] para amadurecer a questão até a minha ida ao Irã. Ele vai discutir possibilidades de a agência fazer um acordo com o Irã”, disse, após almoço com o presidente do Líbano, Michel Sleiman, no Itamaraty. Segundo Lula, é preciso encontrar formas de “compatibilizar” os discursos do país comandado por Mahmoud Ahmadinejad e o dos Estados Unidos.

O Irã afirma que desenvolve urânio para fins pacíficos, enquanto potências internacionais, lideradas pelos EUA, dizem que o objetivo de Ahmadinejad é ter armamentos nucleares.

“A polêmica é que hoje o Irã diz que não vai fazer o enriquecimento de urânio para bomba nuclear e alguns duvidam disso, então, não tem uma definição, tem uma divergência profunda entre o que fala o Irã e o pessoal do Conselho de Segurança e a própria agência. Nós queremos compatibilizar um só discurso, uma só voz e uma só paz”, afirmou Lula.

O presidente voltou a defender uma solução negociada com o Irã e o direito de o país possuir um programa nuclear para fins pacíficos. “O Irã tem o direito de ter o que o Brasil tem”, disse. Lula também voltou a defender que o Brasil tem “autoridade” para debater a questão internacionalmente.“Temos autoridade moral e política para discutir esse assunto com quem quer que seja. A paz não é privilégio de um ou outro país”, afirmou.

Questionado sobre se teria “medo” de que o Irã estivesse mentindo e que viesse a fabricar armas nucleares, o presidente disse que “não”.

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Jornal da Paraíba

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