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Formação superior eleva salário de corretores em 100%
Corretor experiente pode perceber até R$ 10 mil mensais.
Publicado em 16/05/2010 às 8:33
Jacqueline Santos, do Jornal da Paraíba
Assim acontece com a maioria das profissões, quem não se qualifica pode perder campo de trabalho. Não é diferente com os corretores de imóveis. A maior parte das pessoas que atuam nesta área acredita que a prática é quem dita as regras para que o profissional tenha uma gorda remuneração. No entanto, muitos estão despertando para a necessidade de ampliar os horizontes e se capacitam cada vez mais.
Essa diferença no currículo pode elevar o salário em até 100%, conforme garantem representantes da categoria. A remuneração de cerca de quatro salários mínimos a oito salários mínimos por mês, após a conclusão do nível superior. Um corretor experiente pode perceber até R$ 10 mil mensais.
A realidade das melhorias da profissão chegou para José Garibaldi Porto Júnior, que está há mais de 20 anos na atividade, a partir do momento em que ele abriu os olhos para a importância de se especializar na área. A implantação de um curso superior na Paraíba foi o que o corretor precisava para complementar a formação.
Apenas com o segundo grau (conforme prescreve a legislação), e com o curso técnico de transação imobiliária, ele decidiu dar um boom na carreira, fazendo o vestibular para o Curso Superior de Tecnologia em Negócios Imobiliários.
“Na época em que entrei para o ramo, em 1978, qualquer pessoa poderia ser corretor de imóveis. Com a Lei 6.530, o cenário mudou e passou a ser exigido o segundo grau. De lá para cá, a questão foi evoluindo bastante. No meu caso, vi que precisava me aperfeiçoar mais, já que a área está se expandindo de uma maneira extraordinária e quem não tiver um diferencial pode deixar de ter ganhos significativos”, declara.
Garibaldi fez parte da turma pioneira do curso tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), em 2005. A conclusão foi há três anos e ele já sente a diferença por parte do mercado por possuir formação superior específica para o setor imobiliário. Como o próprio corretor acredita, ele passou de um mero mostrador de imóveis ou tirador de pedidos (aqueles que ficam nos eventos de venda de imóveis preenchendo os cadastros dos clientes) e passou a ser um administrador de negócios imobiliários.
“O curso nos dá uma visão além. Mostra como funciona a dinâmica do mercado, além de aprofundar em questões fundamentais como direito imobiliário, entender procedimentos cartoriais, conhecer as leis de diretrizes orçamentárias e saber como anda a política de ocupação de determinado município. Fator que abrange um nicho de mercado até então impróprio para grande parte dos corretores, que dispunham apenas do ensino médio e desconheciam determinadas vertentes”, exemplificou. Garibaldi assegurou que os rendimentos cresceram de uma forma alarmante, chegando a 100%, depois que passou pela formação superior.
Na Paraíba, existem mais de dois mil corretores de imóveis ativos e, deste total, cerca de 62% possuem algum curso superior. Dados de 2009 do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) revelam que 58% dos 208 mil profissionais que atuam no país passaram pela faculdade, mas em outras áreas. Apenas 15% dos corretores atuantes no Brasil têm curso superior específico e 22% estão cursando.
Há três grupos de corretores de imóveis: aqueles que vivem exclusivamente da atividade; os que têm outra profissão e trabalham paralelamente no ramo e aqueles que atuam esporadicamente. “A nossa perspectiva é que o setor cresça ainda mais, considerando a tendência de ampliação do mercado, frisou o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB), Rômulo Soares.
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