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COTIDIANO

Segundo acusado de pichar Cristo Redentor se apresenta à polícia

Estátua amanheceu pichada na quinta (15) em parte dos braços e na face. Segundo a Polícia Civil, ele também confessou participação no crime.

Publicado em 25/04/2010 às 9:54

Do G1

O segundo acusado de pichar a estátua do Cristo Redentor, Edmar Batista de Carvalho, de 24 anos, se apresentou à polícia por volta das 18h deste sábado (24), na Delegacia de Meio Ambiente, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, o rapaz confessou o crime. Ele chegou acompanhado de um advogado.

Na quinta-feira (22), o pintor de paredes Paulo Souza dos Santos, de 28 anos, também acusado de participação no crime, já tinha se apresentado à polícia. De acordo com a polícia, ele também confessou que pichou o monumento. O rapaz aguarda decisão da Justiça em liberdade.

“Ele está sendo indiciado, o que não impede a Justiça de emitir a prisão a qualquer momento. Pelos delitos que colhemos até aqui, a pena seria a prestação de serviços comunitários. Mas agora cabe à Justiça”, declarou, na época, a delegada titular da DPMA, Juliana Emerique.

Antes de se apresentar, Edmar Batistas de Carvalho procurou apoio na Assembléia de Deus dos últimos Dias (Adud). De acordo com a polícia, ele foi indiciado e também deve ser liberado após prestar depoimento. Após análises na delegacia, os agentes checaram que o rapaz não possui antecedentes criminais.

A estátua do Cristo Redentor amanheceu pichada na quinta-feira (15) em parte dos braços e na face. As pichações diziam “Onde está a engenheira Patrícia?” e “Quando os gatos saem os ratos fazem a festa”. O pintor Paulo Souza dos Santos tentou se justificar afirmando que o ato foi um protesto para alertar sobre pessoas desaparecidas.

'Só quis fazer um protesto', diz pichador

Na quinta-feira (22), ao deixar a delegacia, Paulo afirmou que esta não foi a primeira vez que ele pichou na sua vida. “Na minha adolescência, época de moleque, tinha rabiscado linha de trem, mas nada sério. Depois segui a carreira militar e parei com isso. Só quis fazer um protesto, sei que estou errado e peço mais uma vez desculpas à população”, declarou ele.

A delegada ressaltou que, por ter sido um caso de repercussão mundial, a Justiça deverá ter “uma resposta o mais rápido possível”. Paulo, segundo ela, colaborou fornecendo muitos detalhes no depoimento.

Morador de Santa Cruz, na Zona Oeste, Paulo é casado, pai de um filho de 4 anos. A mulher do ex-soldado do Exército está grávida de quatro meses. Segundo ele, sua família ficou indignada quando soube que ele era o autor da pichação.

Sem querer comprometer o outro rapaz que teria participado da pichação – “Eu respondo por mim” -, Paulo não sabe explicar bem por que pichou as frases “Onde está a engenheira Patrícia” e “Quando os gatos saem os ratos fazem a festa” deixadas no monumento.

“Pensei em colocar uma faixa, só depois resolvi fazer a pichação com o spray que estava comigo", contou o pintor. No entanto, admite que, quando viu as câmeras de seguranças – não sabia que estavam desligadas – cobriu o rosto com a camisa antes de subir nos andaimes das obras de reforma da estátua.

O advogado Alexandre Magalhães, que acompanhou as declarações do pintor ao lado do pastor Marcos e do cantor Waguinho, integrante da Igreja Assembleia dos Últimos Dias, espera que ele responda pelas acusações em liberdade.

Crimes

De acordo a delegada, ele foi indiciado por dois delitos: injúria por preconceito, por atentar contra um monumento religioso (pena de 1 a 4 anos de prisão, além de multa); e crime ambiental, pelo ato de pichar (de 6 meses a 1 ano de prisão, além de multa).

A assinatura feita por Paulo é “Aids”. Essa inscrição, segundo a delegada, também foi encontrada no túmulo do jornalista Irineu Marinho. As outras assinaturas identificadas no Cristo eram “LBU” e “Zabo”. Esta última seria o apelido de Edmar Batista Carvalho. A outra pertence a um grupo de pichadores ou apenas de uma pessoa.

Outro túmulo que também recebeu a pichação com uma dessas inscrições foi o do apresentador Chacrinha.

"Ele está disposto a se apresentar e contar toda a verdade. É trabalhador e tem residência fixa. Além disso, não tem passagem pela polícia", disse o advogado.

Imagem

Jornal da Paraíba

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