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CULTURA

Uma festa para tijolões

Homenageando Millôr Fernandes, Flip chega neste sábado (2) ao seu penúltimo dia em Paraty, no Rio de Janeiro.

Publicado em 02/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 04/03/2024 às 17:43

PARATY (RJ) - Nos charmosos casarões históricos transformados em livrarias de Paraty, prateleiras com um livro azul de 880 páginas chamam a atenção dos que passam. As pilhas de gordas lombadas destacam um título curto: Os Luminares (Biblioteca Azul), romance vencedor do Man Booker Prize do ano passado que a autora, a neozelandesa Eleanor Catton, veio lançar na 12ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).

Homenageando, por ironia, um autor como Millôr Fernandes (1923-2012), que prezava pela condensação, a Flip chega hoje ao seu penúltimo dia em mais uma edição em que os livros de muitas páginas (e de papel!) parecem ser os verdadeiros protagonistas. Na mesa mais disputada da quinta-feira, Catton debateu com o suíço Joël Dicker (autor de A Verdade sobre o Caso de Harry Quebert, da Intrínseca, de 576 páginas) sobre fabulação e mistério com a mediação de um descontraído José Luís Passos.

A mesa se transformou em uma apologia à literatura e à leitura como freio de mão do cotidiano desgovernado de nossos tempos. Uma pausa para a reflexão e o prazer de conviver com nós mesmos e com uma mesma história por dias, diante de livros que se põem em pé sozinhos quando dispostos na vitrine. “Mas não é arriscado para um autor jovem escrever livros tão longos?”, perguntou alguém da plateia, durante o debate. Os dois escritores (Catton tem 28 anos e Dicker, 29), depois de um instante de hesitação, responderam, sem qualquer traço de constrangimento: “Sim, é arriscado.”

“Não é um risco tão maior que o de escrever um livro curto”, diz a vencedora do Prêmio Sesc de Literatura, Débora Ferraz, que viajou da Paraíba para o Rio de Janeiro para lançar o seu primeiro e volumoso romance (Enquanto Deus Não Está Olhando, da Record, de 368 páginas). “É uma preocupação legítima para as editoras, já que convivemos com um público de leitores mais disperso e que não dispõe de tempo para ler obras tão grandes, mas não deve ser uma preocupação do autor enquanto está escrevendo.”

Após o lançamento do livro de Débora hoje, às 19h, no Centro Cultural Sesc Paraty, as atenções se voltam para o sarau de premiação do concurso de literatura promovido anualmente pelo Selo Off-Flip. Durante o sarau haverá o lançamento da coletânea do ano passado, na qual está publicado o conto ‘O Homem Líquido’, de Ronaldo Monte. O alagoano radicado na Paraíba ficou entre os finalistas da Off-Flip, em 2013, e seu texto será distribuído em formato físico e e-book.

A programação oficial da Flip segue amanhã tendo como destaques os chilenos Daniel Alarcón (À Noite Andamos em Círculos), que conversa com a atriz Fernanda Torres (que estreou no romance com Fim), e Jorge Edwards (A Origem do Mundo), que conversa com o português Almeida Faria (O Murmúrio do Mundo).

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Jornal da Paraíba

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