VIDA URBANA
Aparelho pode ajudar a Defesa Civil em CG
Instalação de radar meteorológico proporcionaria maior tempo-reposta para evitar que problemas maiores pudessem ocorrer.
Publicado em 15/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/02/2024 às 12:03
Cerca de mil pessoas ainda vivem em áreas de risco em Campina Grande. No último sábado, 14 famílias foram retiradas de onde moravam, na invasão no Distrito dos Mecânicos, depois que a água da chuva invadiu suas casas. O trabalho foi realizado como uma forma de prevenção, mas, segundo o coordenador da Defesa Civil Municipal, Ruiter Sansão, equipamentos como o radar meteorológico, que foi instalado recentemente em estados vizinhos, mas não na Paraíba, poderia agilizar o serviço dos órgãos públicos e, dessa forma, garantir mais segurança para a população, evitando maiores desastres.
O coordenador explicou que o radar, que custa em média R$ 8 milhões e que é adquirido através do Governo Federal, facilitaria o trabalho de vários órgãos de segurança, além de infraestrutura. Com ele, especialistas poderiam quantificar o volume aproximado das chuvas e da umidade na região, mantendo informados os órgãos, que poderiam trabalhar de forma mais rápida. “Foram instalados recentemente em Natal (RN), em Caruaru (PE) e há também em Fortaleza (CE), mas na Paraíba não existe nenhum. O custo não é tão alto assim para o Governo Federal. Para se ter uma ideia, em Campinas (SP) existem oito radares e uma cidade do porte de Campina Grande não dispõe desse equipamento”, contou.
De acordo com ele, uma vez o radar instalado no Estado, haveria maior tempo de preparação ou maior tempo-reposta para evitar que problemas maiores pudessem ocorrer. “Seria importante que a instalação fosse em Campina Grande, porque a sede da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) é aqui, a sede do Instituto Nacional do Semiárido (Insa) é aqui, a sala de situação instalada pela Agência Nacional de Águas (ANA) também é em Campina Grande, além da cidade ser um polo tecnológico de reconhecimento internacional. Nós temos técnicos suficientes para atender o estado da Paraíba e municípios vizinhos de outros estados. Seria muito importante que os nossos representantes cobrassem esse equipamento em Brasília”, informou.
Com o radar, ocorrências como a que foi detectada no último sábado na invasão do Distrito dos Mecânicos poderiam ter sido evitadas e as famílias não perderiam seus pertences, como a catadora de material reciclável Luciana Alves, 28 anos, que foi uma das mães de família que tiveram que deixar sua casa. Ela contou que a água invadiu sua casa e fez com que ela perdesse quase tudo o que tinha na residência, inclusive documentos pessoais. “Isso já aconteceu outras vezes, no ano passado também, mas a gente não tinha para onde ir. Quando chove, eu e meu marido nos revezamos para tomar conta da água”, disse em lamento. Hoje poderão ocorrer chuvas nas regiões do Agreste, Litoral e Brejo, a qualquer hora do dia. Nas demais regiões haverá sol com variação de nuvens. No município de Boqueirão, onde se localiza o açude Epitácio Pessoa, que abastece Campina Grande e mais 18 municípios, choveu 54 milímetros, entre sábado e a manhã de ontem.
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