COTIDIANO
Servidores públicos iniciam greve na África do Sul: ‘Sem dinheiro, sem Copa’
Mais de 100 mil trabalhadores pararam por tempo indeterminado pleiteando um aumento de 15%. Próxima passeata está marcada para quinta.
Publicado em 12/04/2010 às 14:09
Do Globoesporte.com
Cerca de oito mil servidores públicos se reuniram na manhã desta segunda-feira, no centro de Joanesburgo, para iniciar uma greve geral por melhores salários. A previsão é que 130 mil trabalhadores em todo o país só voltem à ativa após receberem 15% de aumento. Na Cidade do Cabo e em Durban também aconteceram manifestações pacíficas, mas em East London houve tiros em confronto com a polícia. Um grevista de 60 anos foi atingido, mas sem gravidade, segundo a polícia. Outras sete pessoas foram presas.
A paralisação afeta, entre outros setores, hospitais públicos, coleta de lixo e linhas de ônibus (embora o transporte mais popular no país sejam as vans privadas). Os trabalhadores fizeram várias referências à Copa do Mundo, que começa exatamente daqui a 60 dias. "Sem dinheiro, sem Copa do Mundo", gritavam eles. "Enquanto nós recebemos amendoins para trabalhar, eles querem organizar uma Copa do Mundo", ironizava um cartaz.
Os grevistas marcaram o próximo protesto para quinta-feira, justamente no dia em que a Fifa abrirá a última fase da venda de ingressos para a Copa, com guichês espalhados por vários pontos do país. A paralisação, no entanto, deve comprometer a procura, já que fechará algumas ruas e dificultará o trânsito das pessoas, como aconteceu nesta segunda.
O sindicato que organizou a manifestação espera que a proximidade da Copa o ajude nas reivindicações.
- Acredito que os empregadores vão nos atender para não prejudicarmos a Copa. É hora de eles acordarem e negociarem conosco - disse o diretor do sindicato, Steve Falconer.
Sibongile Mazibuko, diretora executiva do Comitê Organizador da Copa em Joanesburgo, disse que o direito à greve deve ser respeitado mas garantiu que ela não afetará os preparativos para o Mundial.
- Este é um país democrático e as pessoas têm espaço para reivindicar o que acham justo, com ou sem Copa do Mundo pela frente. Não vamos reprimi-las, apenas esperar que esta questão se resolva rapidamente - afirmou.
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