Rosicléia espera ganhar no grito

“Escandalosa”, Rosicléia Campos corre risco de ser expulsa e não ver os momentos decisivos das lutas de suas judocas. Tudo isso com aval da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Uma nova regra da Federação Internacional pune treinadores que se comuniquem com atletas - a menos que seja nos intervalos. Mas, se houver medalha em jogo, a treinadora vai dar de ombro para os árbitros.

“Nossa orientação é, se necessário, sacrificar o técnico em vez da luta”, disse Ney Wilson, coordenador-técnico da CBJ.

A regra passou a vigorar no Mundial sub-20, em outubro do ano passado. De lá para cá, Rosicléia conseguiu se manter ilesa. Se o técnico gritar duas vezes na mesma luta, é expulso. A punição não é zerada para outra categoria, no mesmo dia ou não.

“Eu sou disciplinada. O que tem acontecido é que todos os técnicos continuam falando. Por eu ser do jeito que eu sou, acabo sendo visada. Em Olimpíadas, se eu tiver que falar, com chancela do coordenador Ney Wilson, vou falar. Se tiver que sair, eu vou sair. É uma medalha que está em jogo”.

Rosi sabe que uma palavra, um gesto, ou mesmo um olhar pode mudar o resultado de uma luta. Principalmente com Rafaela Silva, Érika Miranda e Maria Portela. Além delas, o Brasil será representado no feminino por Sarah Menezes, Mariana Silva, Mayra Aguiar e Maria Suellen Altheman.

“A Érika no fim da luta fica desatenta porque é muito ansiosa. A Rafa precisa de um grito para dar uma sacudida. Portela precisa muito. É vibradora, gosta disso”, justificou.
(Do Globoesporte.com)