ECONOMIA
Inadimplência sobe 11% em JP
Dados do SPC mostram que além do aumento no número de nomes incluídos no sistema, a reabilitação do crédito caiu 29,78% na capital.
Publicado em 10/04/2013 às 6:00
A inadimplência continua alta em João Pessoa e cresceu 11,82% em março deste ano sobre o mesmo mês do ano passado – saindo de 2.318 para 2.592. Os dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostram ainda que a reabilitação de crédito caiu 29,78% no mesmo comparativo, com a redução de 1.730 exclusões do cadastro de mal pagadores em 2012 frente às 1.333 exclusões em 2013.
No acumulado do 1º trimestre deste ano, houve redução de quase 4% do número de nomes incluídos no SPC (de 6.599 para 6.349). O que parece bom, na verdade não é. Embora menos pessoas tenham entrado no cadastro, houve queda também no número de endividados que conseguiram livrar-se da dívida. No período do ano passado, foram 5.120 e, neste ano, 4.609 (-11,08%).
O presidente do SPC-JP, Lindemberg Vieira, explicou que de janeiro à março os índices são mais altos por causa da falta de planejamento das famílias para o pagamento de impostos, contas escolares e outras despesas tradicionais destes meses.
“A questão é que, na minha opinião, os prazos longos favorecem a inadimplência. O consumidor acaba se confiando pelo valor da prestação e não pelo montante real que pesará no orçamento da família mês a mês”, explicou.
Segundo Vieira, o maior pecado está em fazer do cartão de crédito uma espécie de 'segundo-salário'. “Assim que o mês vira, voltam a comprar com o cartão, como se isto fosse obrigatório e, quando recebem o salário de fato, usam para pagar o cartão. É um círculo vicioso. Fazer feira no cartão, por exemplo, é um absurdo”, acrescentou.
A reabilitação de crédito fica mais difícil ainda porque, no caso dos cartões, os juros são muito altos. “Se acontece um imprevisto e o pagamento atrasa, fica muito difícil de reabilitar o crédito uma vez que os juros são altíssimos, chegando a 17% ao mês”, disse.
NEGOCIAR AS DÍVIDAS
Para o paraibano que já está endividado, o presidente do SPC lembra que negociar a dívida é a melhor alternativa. “Negociar a dívida sempre e, se for em caso de cartão, procurar os órgãos de defesa do consumidor porque as taxas são impagáveis e abusivas sim. O governo federal já deveria ter interferido nisto e ainda não o fez”, comentou.
Antes disso, no entanto, para evitar cair no endividamento, o paraibano precisa fazer cálculos reais sobre o que consome. “Pensar no valor da compra e não no valor da parcela. Ele deve ainda evitar os prazos muito longos, evitar ter vários cartões de crédito, a compra deve ser feita com planejamento e por necessidade, não por impulso”.
CAMPINA GRANDE
Em Campina Grande, houve aumento de 48,5% no número de inclusões no cadastro do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) no trimestre deste ano sobre o do ano passado. Ao todo, nos três primeiros meses de 2013, 4.489 campinenses foram cadastrados inadimplentes contra 3.022 de 2012. Já com relação apenas à março, houve uma leve queda de 2%, saindo de 1.127 para 1.103.
Além de ter contabilizado um número maior de inadimplentes no trimestre, o SPC de Campina Grande também registrou que menos pessoas conseguiram quitar as dívidas neste período. A queda foi de 2.886 em 2012 para 2.107 (-32,9%) em 2013. Sobre estas reabilitações de crédito apenas em março, a redução foi ainda maior (-59%).
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