Ex-padrasto é condenado a 31 anos de prisão por estupro e morte de Rebeca
Julgamento durou mais de 12 horas. Defesa deve recorrer da sentença de condenação.
Publicado em 01/03/2019 às 7:30 | Atualizado em 01/03/2019 às 18:00
Joana Rosa
Promotor caso Rebeca (Foto: Joana Rosa). Promotor caso Rebeca (Foto: Joana Rosa)
O cabo Edvaldo Soares da Silva foi condenado a 31 anos de prisão pelo estupro e morte da estudante Rebeca Cristina Alves, em 2011 , que na época era enteada dele. O julgamento durou mais de 12 horas e terminou no começo da madrugada desta sexta-feira (1º). A pena vai ser cumprida em regime fechado.
Segundo a sentença, lida pelo juiz Marcos Wiliam, Edvaldo foi condenado a 10 anos de reclusão pela co-autoria do crime de estupro qualificado e a 21 anos pelo crime de homicídio qualificado. A defesa vai recorrer da decisão.
Caso de execução
"Não existe crime perfeito", disse o promotor Marcus Leite, responsável pela acusação de Edvaldo Soares da Silva. Ele defende que o tiro na nuca atesta que se trata de um caso de execução. "A pessoa sabia o que estava fazendo", diz. Marcus pede a condenação de Ednaldo por efetiva participação nos crimes de estupro e homicídio.
O promotor defende que não foi encontrado material genético de Edvaldo no corpo de Rebeca porque ele é adepto do coito interrompido, quando a relação sexual é interrompida antes da ejaculação, e também da prática do voyeurismo, quando o prazer se dá em observar o ato sexual de outras pessoas. Além disso, ele também retomou o debate sobre o fato apresentado por um dos peritos ouvidos durante o julgamento, que destacou o fato de Rebeca ter sido encontrada com as roupas íntimas, sinal de que o agressor tinha uma relação de afeto com a vítima.
Parte da defesa de Edvaldo se baseou na tese de que as provas apresentadas não o ligam ao crime e também defendeu que o cliente está sendo usado como resposta para o crime. Além disso, o advogado Wagner Veloso, responsável pela defesa do réu, questionou a postura dos delegados responsáveis pela investigação. Ele também lançou suspeitas sobre o jovem que namorava com Rebeca, com quem ela teria conversando ao telefone durante cinco horas no dia anterior ao crime.
Estupro e morte
O crime aconteceu no dia 11 de julho de 2011. O corpo de Rebeca foi encontrado, no mesmo dia, na Mata de Jacarapé, às 14h30. A adolescente Rebeca tinha apenas 15 anos, quando foi estuprada e assassinada no trajeto entre sua casa e o Colégio da Polícia Militar, em Mangabeira VIII, Zona Sul de João Pessoa. Segundo o processo, o Cabo Edvaldo estaria acompanhado de indivíduo ainda não identificado, quando, em tese, teria praticado os crimes.
Segundo os autos, os crimes de homicídio e estupro foram comprovados pelos exame de corpo de delito. De acordo o laudo pericial, a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico, decorrente de ferimento causado por arma de fogo.
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