Memorial Abelardo da Hora em João Pessoa será inaugurado no dia 31 de julho

O Memorial Abelardo da Hora na Paraíba em João Pessoa vai ser inaugurado no dia 31 de julho. A data marca os 95 anos de nascimento do artista pernambucano e foi escolhida pela comissão responsável pela instalação do equipamento, que visitou o ateliê de Abelardo em Recife na quinta-feira (4). O memorial está sendo construído no Espaço Cultural José Lins do Rego.

Abelardo é reconhecido como um dos mais importantes artistas brasileiros. Avaliado em R$ 11 milhões, seu acervo é composto por quase 30o peças entre esculturas. São toneladas de obras esculpidas em concreto e bronze, além de pinturas e desenhos. Parte delas irá compor o Memorial na capital paraibana e outra parte vai para Portugal. Com isso, a Paraíba abrigará o maior acervo de obras expressionistas do Nordeste.

Abelardo da Hora era pernambucano

Nascido em 1924 na cidade de São Lourenço da Mata, em Pernambuco, o artista passou pelo curso de Artes Decorativas no Colégio Industrial Professor Agamenon Magalhães, pela Faculdade de Direito de Olinda e pelo Curso Livre de Escultura da Escola de Belas Artes do Recife. Entre 1943 e 1945 foi contratado pelo industrial Ricardo Brennand para trabalhar na Cerâmica São João, época em que realizou diversos trabalhos com motivos regionais. Casado com a paraibana Margarida Lucena, o artista sempre manteve uma relação de carinho com a Paraíba. O artista morreu em 2014.

Durante o encontro no ateliê, o gerente de Artes Visuais da Funesc, Edilson Parra, mostrou plantas do Memorial ao publicitário e designer gráfico Daniel da Hora, responsável pela elaboração do projeto. “Abelardo da Hora foi o construtor de uma linguagem artística”, avalia o herdeiro que, na próxima semana, visita a obra em João Pessoa.

'Fraternidade entre os dois estados'

O Termo de Doação das obras do artista ao Estado da Paraíba foi assinado em outubro do ano passado. Para abrigar o acervo, foi iniciada a obra do Memorial Abelardo da Hora, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa. As obras do artista são preservadas pelos familiares em um casarão em Recife.

Em dezembro do ano passado, após receber críticas de políticos pernambucanos sobre a doação do acervo à Paraíba, a família do artista divulgou uma carta intitulada “Abelardo de todas as horas e de todo o Brasil”. Nela, a família explica que recebeu convites de outras partes do país e convites internacionais, como de Portugal, Romênia e Emirados Árabes, mas optou pela Paraíba pois já tinha sido iniciada a construção do museu antes mesmo da doação ser concretizada e por estar acessível geograficamente também aos pernambucanos.

“A doação mantém viva a fraternidade entre os dois estados - irmãos culturais - pois, da mesma maneira que Pernambuco abriga, mantém, preserva e divulga a obra e a memória do paraibano Ariano Suassuna, a Paraíba abrigará, manterá, preservará e divulgará a obra e a memória do pernambucano Abelardo da Hora. Não há, portanto, nenhum prejuízo para a cultura de nenhum dos dois estados, nem para a cultura nordestina”, explicou Daniel da Hora.