VIDA URBANA
Mais de 60% das unidades de saúde fiscalizadas pelo CRM-PB estão irregulares
Número é referente às fiscalizações realizadas entre janeiro e maio de 2019.
Publicado em 05/06/2019 às 11:13 | Atualizado em 05/06/2019 às 17:39
Um total de 63,6% das unidades de saúde da Paraíba fiscalizadas pelo Conselho Regional de Medicina do Estado (CRM-PB) apresentam risco ao atendimento da população. O número é referente às fiscalizações realizadas entre janeiro e maio de 2019 pela entidade e faz parte do Dossiê da Saúde Pública Paraibana, divulgado na manhã desta quarta-feira (5).
De acordo com o CRM-PB, nos primeiros cinco meses do ano foram 118 unidades fiscalizadas, em 28 cidades paraibanas. As 25 maiores do estado, em atendimento e complexidade, estão entre as vistoriadas.
As principais inconformidades constatadas foram a falta de médicos, recursos materiais básicos e estrutura inadequada. Os problemas comprometem o exercício da medicina e também a segurança dos pacientes das unidades.
O dossiê do CRM-PB aponta que 54,5% das unidades têm número insuficiente de médicos; 59% não tinham insumos e medicamentos necessários; e 36,4% apresentavam estrutura inadequada durante as fiscalizações. Ao longo dessas vistorias do CRM entre janeiro e maio, oito unidades de saúde foram interditadas.
Para o presidente do CRM, Roberto Magliano, a precariedade na assistência da saúde dos hospitais públicos tem gerado outro problema grave, que é a agressão de pacientes e acompanhantes contra médicos pelos problemas da infraestrutura e falta de médicos e medicamentos.
Casos mais graves e investigações
Durante a coletiva de apresentação do Dossiê da Saúde Pública, o CRM falou sobre os casos mais graves encontrados durante as fiscalizações. Ente as unidades citadas na lista estão o Hospital Napoleão Laureano, com falta de medicamentos oncológicos e equipamentos quebrados; o Complexo Hospitalar de Mangabeira (Ortotrauma), que apresentou buracos no teto na sala de cirurgia, infestação de baratas e superlotação; e o Hospital do Valentina Figueiredo, com falta de médicos e subutilização do centro cirúrgico.
O CRM também divulgou que vai abrir investigações sobre o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, onde foi constatado abastecimento precário e superlotação; no Trauma de Campina Grande; onde foi registrado falta de leitos para acompanhantes; e também no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), com superlotação, falta de materiais básicos e sem equipe de enfermagem.
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